[SAIBAMAIS]O setor de serviços está sendo devastado pela crise econômica. Em 2015, as receitas caíram 3,6% em relação ao ano anterior. Segundo dados divulgados ontem pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), este foi o pior resultado da série histórica, iniciada em 2012, e a primeira queda do indicador. O forte desaquecimento da economia causou o fechamento de cerca de 400 mil postos de trabalho. Para especialistas, a perspectiva de mais um ano de recessão indica que o faturamento em 2016 continuará contraído.
A queda das receitas foi generalizada. O segmento de serviços prestados às famílias, que inclui atividades como refeição fora do lar, corte de cabelo, entre outras, recuou 5,3%. Com menor poder de compra, devido ao aumento dos preços, as famílias reduziram drasticamente o consumo ao longo de 2015. Em dezembro, não foi diferente. As receitas caíram 7% na comparação com o mesmo período do ano anterior, a pior taxa para o mês. Na opinião de especialistas, é um indicativo claro de que, mesmo em períodos de festividade, como o Natal, a população reteve os gastos no mercado de bens e serviços.
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Apesar de relevante para a composição da PMS, o grupo de serviços prestados às famílias tem um peso de 10%. O recuo nas receitas foi puxado principalmente pela atividade de transportes, que responde por 30% do indicador. No ano, esse segmento caiu 6,1%, o pior nível histórico.
Com menos demanda por frete para o carregamento de matérias-primas e produtos, a subatividade de transportes terrestres recuou 10,4%. ;O transporte já vem apresentando retração ao longo de vários meses. O segmento de carga tem como seu principal demandante o setor industrial, que vive um dos piores momentos da história. Isso implica demanda menor de transporte, tanto de matéria-prima quanto de distribuição da produção;, destacou o técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Roberto Saldanha.
Em cascata
O economista-sênior da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fábio Bentes, destaca que, como a geração de riquezas do país depende da circulação de mercadorias e pessoas, um resultado ruim do grupo de transportes joga fatalmente o Produto Interno Bruto (PIB) para baixo. ;Em 2013, quando o país cresceu 3%, o faturamento dos serviços de transportes avançou 6,5%. No ano seguinte, quando o crescimento do Brasil foi de 0,1%, o grupo subiu 3,1%;, reforçou.
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