A notícia de um novo rebaixamento do rating brasileiro, promovido pela agência Standard & Poor;s, não foi suficiente para impedir uma queda de 2,15% do dólar à vista, que fechou cotado a R$ 3,9831 nesta quarta-feira (17/2). Foi a maior queda porcentual desde 8 de abril de 2015.
A S rebaixou o rating de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil de BB%2b para BB e o rating de longo prazo em moeda local, de BBB- para BB. A perspectiva de ambos permaneceu negativa. A S também rebaixou o rating de curto prazo em moeda local de A-3 para B, enquanto a nota de curto prazo em moeda estrangeira permaneceu B. O rating em escala nacional foi rebaixado de brAAA para brAA-, com perspectiva negativa.
Em nota, a agência de classificação de risco afirmou que os desafios políticos e econômicos enfrentados pelo Brasil continuam consideráveis e que a S agora espera um processo mais longo de ajuste, o que significa uma correção mais lenta na política fiscal e mais um ano de forte contração econômica.
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A forte alta dos preços do petróleo foi determinante para o recuo do dólar ante as moedas de países emergentes e exportadores de commodities, como o Brasil. Como as cotações haviam subido nas seis sessões anteriores no Brasil, investidores também aproveitaram para realizar parte dos lucros, vendendo a moeda americana. A notícia da S chegou a reduzir o ritmo de queda, mas o efeito foi pontual.
Segundo Carlos Kawall, economista-chefe do banco Safra, a decisão da S indica que o rating do País regrediu uma década em dois anos. "O rebaixamento é muito ruim e o processo de volta ao grau de investimento deve levar 3 ou 4 anos", disse. "Com isso, fica mais urgente a necessidade de serem realizadas reformas estruturais, especialmente relacionadas à área fiscal "
Já o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, afirmou que o novo rebaixamento era esperado, se analisadas as condições atuais da trajetória da dívida do País. "Talvez a agência esteja pegando um pouco pesado com o País, mas, se analisarmos os fundamentos, essa decisão era esperada. Estamos pagando cerca de 9% do PIB em juros, o que é muito preocupante. E esse rebaixamento só reflete a trajetória muito ruim da dívida nacional, que está fora do controle", declarou.