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Economia

Bancos públicos não são preocupação, diz presidente do Santander Brasil

Afirmou ainda que o atual desenho de compulsório ou de regulamentar o passivo dos bancos face aos ativos tira, de alguma maneira, elementos importantes de competição no segmento bancário

O presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial, não vê sinal de alerta nos bancos públicos e não os enxerga nem como "preocupação nem como ameaça". "Óbvio que é claramente política governamental. Entendo perfeitamente, dado o quadro de recessão que estamos vivendo e um ano extremamente duro, que cabe ao ministro da Fazenda (Nelson Barbosa) buscar alternativas para de alguma maneira minimizar (as dificuldades atuais). Faz parte do papel de qualquer estado e de um governante responsável", avaliou ele, em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira, 27.

De acordo com ele, falta um debate sobre uma política fiscal mais consistente. "Se nós acreditamos num mundo mais deflacionário e o Brasil indo rumo à meta, voltando a ter níveis de inflação menor, a grande questão é a necessidade de uma política fiscal mais consistente, e conseguimos ver que voltamos a ter uma gestão fiscal previsível. Isso deveria permitir ao Brasil redesenhar os instrumentos de política monetária", disse Rial.

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Afirmou ainda que o atual desenho de compulsório ou de regulamentar o passivo dos bancos face aos ativos tira, de alguma maneira, elementos importantes de competição no segmento bancário. "O governo foi extremamente ágil e corajoso quando fez a primeira mudança na indexação da poupança. O próximo passo, assumindo as condições de política fiscal, inflação retrocedendo, é olhar para todos os instrumentos de política monetária, de forma que o segmento privado comece a competir mais, de uma maneira menos regulamentada", sugeriu Rial.

Segundo ele, a divisão de bancos públicos e privados no Brasil é desnecessária. "Somos bancos, cuja natureza do controle pode ser pública", acrescentou. "Deveríamos estar todos do sistema financeiro envolvidos."

Para o presidente do Santander, o estímulo a somente um lado do mercado, com o outro submetido a depósitos compulsórios, cria "certas amarras" ao longo do tempo que deveriam ser repensadas. Ele não afirmou, porém, se acredita que o governo vai acelerar a oferta de crédito via bancos públicos. Afirmou que isso seria "especulação", mas que nenhum banco conseguirá em 2016 expandir os empréstimos em ritmo superior ao da inflação.

"Acredito que o ministro deve estar olhando, dado à queda do PIB, todas as alternativas. Mas acredito que fazer isso por meio de só um segmento é atuar de forma pouco completa. Precisamos de mais", criticou Rial.

Segundo ele, se o Brasil conseguir trazer a inflação para patamares baixos, até mesmo inferiores à meta e mais próximos de níveis como os do México, ao redor dos 2,5%, e for possível ter estabilidade na curva futura de juros, tanto os bancos quanto os investidores vão financiar a infraestrutura.