As fortes perdas do petróleo no mercado internacional, tanto em Londres quanto em Nova York, voltaram a determinar a busca global por ativos considerados mais seguros nesta quarta-feira (20/1). Isso impulsionou o dólar em todo o mundo e, no Brasil, a moeda americana chegou a se aproximar, durante o dia, das cotações históricas do Plano Real.
Após desacelerar um pouco na reta final, com investidores realizando parte dos lucros no intraday, o dólar à vista fechou em alta de 1,00%, aos R$ 4,0998. No mercado futuro, que encerra apenas às 18 horas, a divisa para fevereiro subia no fim da tarde 0,80%, aos R$ 4,1115.
Pela manhã, os ganhos do dólar já eram firmes, em sintonia com o exterior. Os preços do petróleo voltaram a registrar fortes baixas, o que estressava os mercados ao redor do mundo.
Internamente, operadores também citavam a guinada de ontem do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, ao avaliar como "significativas" as revisões (para baixo) das projeções do FMI para o PIB brasileiro. A leitura é de que, na decisão de hoje do Copom, a Selic tende a ficar estável ou a subir apenas 0,25 ponto porcentual - e não 0,50 ponto porcentual, como vinha sendo sinalizado antes.
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Esses fatores mantiveram o dólar em alta ante o real mesmo na mínima do dia, quando marcou R$ 4,0717 (%2b0,31%) às 12h33. Durante a tarde, quando o dólar para fevereiro superou R$ 4,110 e, depois, R$ 4,120, foram disparados alguns stops de vendidos no mercado futuro, amplificando o avanço das cotações. Na máxima do segmento à vista, às 15h40, o dólar atingiu R$ 4,1300 (%2b1,75%), no maior valor intraday desde 29 de setembro do ano passado. Este valor também é bem próximo da maior cotação de fechamento já vista no Plano Real (R$ 4,1350), em 23 de setembro de 2015.
Na reta final dos negócios no segmento à vista, o dólar desacelerou um pouco os ganhos e se afastou da máxima do dia. De acordo com um profissional, isso ocorreu porque alguns players que compraram moeda mais cedo decidiram realizar lucros (vender divisas) ainda no intraday.
Também à tarde, o Banco Central informou que o fluxo cambial total de janeiro até o dia 15 está negativo em US$ 843 milhões, resultado de saídas líquidas de US$ 2,335 bilhões pela via financeira e entradas de US$ 1,492 bilhão pela comercial. Os números, no entanto, pouco influenciaram os negócios.