Ao deflagar a Operação Dubai, a Polícia Federal explicou que a estratégia do cartel era tornar o álcool combustível, o chamado etanol, inviável para o consumo. ;A elevação excessiva do valor do etanol permitiu a cobrança de um dos maiores preços de gasolina do país, apesar de o Distrito Federal contar com uma logística favorável para o transporte do combustível;, disse. Pelas contas da PF, a cada abastecimento de 50 litros, o consumidor brasiliense perdia 20%, cerca de R$ 35. Procurado, o órgão declarou que ;não se manifesta sobre investigações em andamento.;
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[SAIBAMAIS]Nas contas do vendedor Edmar Barbosa de Souza, 40 anos, caso o preço caísse aos valores estimados pela PF, seria possível economizar mensalmente R$ 140, levando em consideração que abastece um tanque por semana ; dinheiro que, para ele, seria investido em outros gastos. Apesar da descoberta da fraude, no entanto, ele imaginava que os preços não sofreriam alteração. ;Esse cartel está em operação há muito tempo e, se nada foi feito até hoje, não será agora que o custo do litro será outro nas bombas;, criticou ele, que estima gastar cerca de R$ 480 por mês para abastecer o carro.
Entre as empresas apontadas pelos investigadores como partes da organização criminosa que formaram o cartel estão as distribuidoras BR (que pertence à Petrobras), Shell e Ipiranga, que comandam 90% do mercado no Distrito Federal. Além delas, estão as redes de postos de combustíveis Cascol, Gasolline e JB, que representam pouco mais da metade dos postos no DF. Essas empresas foram alvos de 44 mandados de busca e apreensão e seus dirigentes foram envolvidos em sete mandados de prisão temporária e 25 mandados de condução coercitiva. Todos os presos, entretanto, já foram soltos. (SK e RC)