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Economia

Setor público registra deficit de R$ 19,6 bilhões em novembro

No acumulado do ano, o deficit do setor público foi de R$ 39,5 bilhões, o equivalente a 0,73% do Produto Interno Bruto (PIB)

O setor público registrou deficit primário de R$ 19,6 bilhões em novembro, o pior resultado para o mês desde dezembro de 2001, início da série histórica do Banco Central, conforme dados divulgados nesta terça-feira (29/12) pela autarquia. Esse dado é decorrente do superavit primário (economia para o pagamento da dívida pública) dos governos regionais, de R$ 2,4 bilhões, e do déficit de R$ 21,7 bilhões das estatais e do governo central, que inclui Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social. No mesmo período de 2014, o deficit foi menos da metade do registrado neste ano: R$ 8,1 bilhões.

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[SAIBAMAIS]No acumulado do ano, o deficit do setor público foi de R$ 39,5 bilhões, o equivalente a 0,73% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse dado é o pior da série histórica para o período e teve alta 77% sobre o deficit de R$ 19,6 bilhões registrados no mesmo período de 2014. A meta revisada pelo Congresso Nacional, que alterou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) permite um deficit de até R$ 119,9 bilhões, o equivalente a 2,1% do PIB.

Com esses resultados, considerando a revisão dos valores nominais do PIB desde 2012, que foram atualizados para cima pelo BC, a dívida líquida do setor público subiu de 33,6% do PIB, em outubro, para 34,3% do PIB, em novembro, totalizando R$ 2,027 trilhões. Já a dívida bruta passou de 64,9% para 65,1% do PIB, para R$ 3,8 trilhões. Antes, estava em 66,1% do PIB, mas, mesmo com esses novos valores, eles são os piores da série histórica.

Buraco sem fundo

Esse resultado fiscal faz com que a presidente Dilma Rousseff colecione recordes negativos e continue com dificuldade para conseguir fechar as contas. A necessidade de financiamento continua elevada, pois o deficit no ano manteve-se em 9,3% do PIB, um dos mais altos do mundo emergente. O rombo fiscal acumulado em 12 meses passou de R$ 547,9 bilhões, em outubro, para R$ 549 bilhões, em novembro, o maior da série histórica do BC.

A conta de juros somou R$ 496,9 bilhões em 12 meses, correspondendo a 8,4% do PIB, abaixo dos 8,6% até outubro, devido, principalmente às operações de swap cambial do BC, de acordo com dados do BC.