Jornal Correio Braziliense

Economia

Dólar tem alta após rebaixamento e com receios de saída de Levy: R$ 3,92

Foi a segunda agência internacional de risco, entre as três principais, a tirar o selo de bom pagador do país

Uma bateria de notícias ruins fez o dólar ter nesta quarta-feira (16/12) fortes ganhos ante o real. Após a Fitch cortar a nota de crédito e, com isso, retirar o grau de investimento do Brasil, a moeda americana teve forte impulso. Isso em um ambiente já cauteloso, em meio aos receios de que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, possa deixar o cargo e com o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) dando início à elevação dos juros nos EUA.

O dólar à vista fechou em alta de 1,22%, aos R$ 3,9257, após ter chegado a marcar a máxima de R$ 3,9653 (%2b2,24%) no início da tarde, logo após o anúncio da Fitch. Na cotação mínima da jornada, vista à tarde, a moeda marcou R$ 3,9156 (%2b0,96%).

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Pela manhã, pesava nos negócios a notícia de que o governo defenderia no Congresso uma meta fiscal de 0,5% do PIB em 2016 - abaixo do 0,7% pretendido por Levy. Os receios de que o ministro, ao ser derrotado nesta questão, possa deixar a Fazenda davam fôlego ao dólar.

O cenário pirou quando a Fitch, no início da tarde, cortou o rating do Brasil de BBB- para BB%2b, com perspectiva negativa, sacramentando a perda do grau de investimento. Foi a segunda agência internacional de risco, entre as três principais, a tirar o selo de bom pagador do país. Com isso, muitos fundos internacionais ficam impedidos, tecnicamente, de manter investimentos em ativos brasileiros.

No fim da tarde, foi a vez de o Fed anunciar a aguardada alta de juros nos EUA, para a faixa entre 0,25% e 0,50%. A medida fez, em um primeiro momento, o dólar acelerar um pouco os ganhos ante o real. Mas como a decisão já era largamente aguardada, logo depois as cotações desaceleraram. O dólar futuro, aliás, que fecha apenas às 18 horas, subia no fim da tarde 0,60%, aos R$ 3,9130, bem menos que o visto mais cedo.