O ministro da Fazenda Joaquim Levy disse, nesta quarta-feira (16/12), logo depois de a agência de classificação de risco Fitch rebaixar o Brasil, que o país precisa, urgemente, garantir as receitas para o Orçamento da União em 2016, de forma a evitar um novo deficit fiscal, o que seria o terceiro seguido. Segundo ele, a perda do grau de investimento é "séria" e decorre de "questões diversas". No entender dele, "o rebaixamento indica que nem tudo que a gente precisa fazer vem sendo feito no passo necessário".
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Para Levy, não há tempo a perder. "É preciso focar no que tem de focar, votar o que é necessário, ter os recursos para podermos ter o desempenho fiscal que é compatível com uma dinâmica de dívida sólida, para todo mundo ter a confiança no Brasil, continuar investindo aqui, as empresas querendo oferecer emprego e as pessoas encontrando oportunidade", frisou. "É isso que a gente tem que fazer", emendou. Na avaliação do ministro, o governo tem se esforçado, mas é preciso que o Congresso Nacional dê sua contribuição para o ajuste fiscal aprovando as medidas necessárias para o país sair do atoleiro em que se encontra.
[SAIBAMAIS]Ao ser questionado sobre a retirada do selo de bom pagador do país, Levy não titubeou: ;A perda do grau de investimento é séria. Por isso, temos que agir. Temos, agora, que fazer a defesa do Brasil, votar o que precisa ser votado e termos as receitas das quais precisamos", ressaltou. Ele disse ainda ter muita tranquilidade porque o Congresso Nacional nunca deixou de responder aos anseios da população. "É por isso que é tão importante conseguir votar, conseguir algumas coisas nas comissões, dar o apoio que o Brasil precisa neste momento", acrescentou.
Segundo o ministro, o país não pode entrar em 2016 sem votar pontos essenciais que darão suporte ao Orçamento. Para ele, o esforço pela economia tem que ser de todos os brasileiros. ;Temos que continuar fazendo reformas, ajustando o que devemos ajustar, para a economia voltar a crescer e as famílias terem tranquilidade. É isso que a gente tem que fazer agora em defesa do Brasil;, assinalou.
Levy, que se encontrou com o presidente do Senado, Renan Calheiros, não escondeu o constrangimento ao falar sobre o rebaixamento do país e, sobretudo, sobre a redução da meta de superavit de 2016, de 0,7% para 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Essa decisão, tomada pela presidente Dilma, pode levá-lo a pedir demissão. Ele, porém, contemporizou. Disse que, mais importante do que a redução da meta é garantir o que permitirá fazer uma meta.