Manter um carro pesa cada vez mais no bolso do consumidor. Não bastasse o aumento dos combustíveis, custos com reparo e peças estão subindo apesar do ambiente recessivo. Em outubro, os preços de pneus ficaram 5,8% mais caros em 12 meses, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial de inflação. Foi a maior alta registrada em pelo menos três anos. Na mesma base de comparação, as despesas com conserto subiram 12,1% (veja arte), acima da média geral para o período, de 9,9%.
Uma das explicações para a alta é o aumento da demanda por veículos usados, segundo o economista sênior da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fábio Bentes. No acumulado de um ano até outubro, foram comercializados 4,4 milhões de motos, carros e comerciais leves novos, quantidade 15,8% menor em relação ao mesmo período do ano passado. No mesmo período, 14,1 milhões de seminovos foram vendidos, o que representou alta 3,4% na mesma comparação, de acordo com dados da Federação Nacional de Distribuição da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Como está mais caro comprar um automóvel 0km, seja porque a inflação está abocanhando boa parte do orçamento das famílias, seja devido ao crédito mais caro e escasso no mercado financeiro, alguns consumidores estão optando por motos ou carros usados que, dependendo das condições de uso, demandam mais despesas com manutenção. ;Esse movimento não indica mais dinheiro no bolso. Conserto de automóvel é um exemplo clássico de efeito de substituição. Se a compra do veículo 0km fica difícil de concretizar, o consumidor vai atrás de outras opções;, analisa.
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