Jornal Correio Braziliense

Economia

Inflação acumulada chega a 8,52% e é a maior desde 1996, revela IBGE

Taxa do mês de outubro ficou em 0,82% e é foi a mais elevada desde 2002

A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumulou, em outubro deste ano, taxa de 9,93% em 12 meses, informou hoje (6/11) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é superior ao teto da meta da inflação do governo federal, que é 6,5%, e também é a mais alta desde novembro de 2003 (11,02%).

[SAIBAMAIS]O IPCA ficou em 0,82% em outubro deste ano, taxa mais elevada para o mês desde 2002, quando no mesmo mês a inflação alcançou 1,31%. O IPCA é superior aos índices observados em setembro deste ano (0,54%) e em outubro de 2014 (0,42%).

No ano, a taxa acumulada chega a 8,52%, taxa mais elevada desde 1996. Naquele período, o IPCA acumulou alta de preços de 8,7% entre janeiro e outubro.

A inflação de outubro deste ano foi influenciada principalmente pelos transportes, que tiveram alta de preços de 1,72% no mês. Os principais responsáveis por esse aumento do custo com transportes foram os combustíveis, que ficaram 6,09% mais caros.

Os alimentos também tiveram um impacto importante na elevação do custo de vida em outubro, já que tiveram uma inflação de 0,77% no período.

Combustíveis
Os combustíveis foram os maiores vilões da inflação de outubro. A alta de preços chegou a 6,09% e representou o maior impacto para o IPCA do mês, segundo o IBGE. A contribuição foi de 0,30 ponto porcentual, o equivalente a 37% do resultado do índice. Os combustíveis têm um peso de 4,89% no IPCA.

A gasolina ficou 5,05% mais cara em outubro, um impacto de 0,19 ponto porcentual para a taxa de 0,82% do IPCA do período. Os preços aumentaram 6,21% em São Paulo e 6,12% em Curitiba. As menores altas foram no Recife (1,70%) e Vitória (1,72%). A gasolina subiu como reflexo do reajuste de 6,00% autorizado nas refinarias a partir de 30 de setembro.

Nos últimos 12 meses, os preços da gasolina já acumulam uma alta 17,93%. Em Recife o aumento chega a 23,38%, enquanto Campo Grande tem a variação mais baixa, de 8,99%.

O aumento do etanol em outubro foi de 12,29%, uma contribuição de 0,10 ponto porcentual no IPCA do mês. Em São Paulo, a alta foi de 14,99%. O Recife mostrou a menor variação, de 2,85%.

Nos últimos doze meses, os preços do litro do etanol aumentaram 16,98%. Goiânia tem a alta mais expressiva, de 24,16%, enquanto Recife tem a menor, de 5,52%.

Já os preços do diesel subiram 3,26% em outubro, refletindo o reajuste de 4,00% nas refinarias, também a partir de 30 de setembro. Nos últimos doze meses, a alta está em 15,94%.

Transportes
O aumento nos preços dos combustíveis impulsionou os gastos das famílias com Transportes em outubro. A alta foi de 1,72%, o mais elevado impacto de grupo sobre o IPCA do mês, uma contribuição de 0,31 ponto porcentual.



Também pressionaram o resultado os aumentos nas passagem aérea (4,01%), pneu (0,94%), ônibus intermunicipal(0,84%), conserto de automóvel (0,69%) e acessórios e peças (0,46%).

Nos ônibus urbanos, houve elevação de 0,10% influenciada por Brasília, onde as tarifas aumentaram 23,08% em outubro, refletindo parte do reajuste de 33,34% vigente desde o dia 20 de setembro.