A indústria de implementos rodoviários registrou queda de 42,22% no volume de produtos emplacados entre janeiro e outubro de 2015, na comparação com igual período do ano passado, informou nesta quinta-feira, 5, a Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir).
O segmento de reboques e semirreboques (Pesados) apresentou queda de 46,41% no acumulado do ano, com 25.038 produtos emplacados de janeiro a outubro de 2015 ante 46.718 unidades do mesmo período de 2014. No segmento de carroceria sobre chassis (Leve) a indústria entregou 50.801 produtos contra 84.547 unidades emplacadas em 2014, o que representa queda de 39,91%.
Em nota, o presidente da entidade, Alcides Braga, destaca que a decisão do Conselho Monetário Nacional de acabar com o PSI/Finame praticamente encerrou o ano de 2015 com dois meses de antecedência. Segundo o executivo, a queda das vendas neste ano pode chegar a 45% ou mais.
A entidade lembra que na última semana de outubro o CMN reduziu em R$ 30,5 bilhões os recursos destinados a aquisição de bens de capital no âmbito do Programa de Sustentação do Investimento (PSI). A medida também estabeleceu a data de 30 de outubro como limite para a entrada dos protocolos de financiamento no BNDES o que representou na prática o fim dessa modalidade de crédito.
"O programa (PSI) é um dos sustentáculos da maioria dos negócios do setor de implementos rodoviários e a medida tomada pelo CMN deverá agravar o quadro atual de queda no setor", disse Mario Rinaldi, diretor executivo da Anfir, em nota.
A ANFIR defende a volta da modalidade do Finame calculada a partir da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Segundo a entidade, nesse formato o BNDES empresta os recursos com custo da TJLP mais um spread que historicamente fica próximo a 1% ao ano, além da taxa de intermediação dos agentes financeiros que pode ser de até 4% ao ano.