A Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República (SAC) divulgou nesta quinta-feira (22/10) a mais completa pesquisa sobre transporte aéreo já realizada no país. O levantamento O Brasil que voa ouviu mais de 150 mil passageiros em 2014, nos 65 aeroportos responsáveis por 98% da movimentação, e revelou um perfil inédito do setor.
No ano passado, foram 199,3 milhões de embarques e desembarques. O ministro da SAC, Eliseu Padilha, afirmou que a expectativa é de que em 2034 o número de passageiros salte para 600 milhões por ano no país.
[SAIBAMAIS]Do total, 45% das viagens foram realizadas na região Sudeste e 21,5% no Nordeste. A região Centro-Oeste concentrou 12% da movimentação aérea do país. Somente o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, realizou, em média, 6,5% das operações.
A rota Distrito Federal-São Paulo ficou em sexto lugar no ranking de fluxo aéreo entre estados. Cerca de 8,8% dos passageiros do país voaram neste trecho em 2014. A décima rota mais movimentada é Brasília-Rio de Janeiro, com 5% da movimentação total. ;O trecho líder é a ponte-aérea São Paulo-Rio de Janeiro, que é a quinta rota mais movimentada do mundo;, explicou Guilherme Ramalho, secretário executivo da SAC.
A pesquisa, disponível no hotsite, também traçou o perfil do passageiro brasileiro: quase 75% compram as passagens com menos de 30 dias de antecedência, 70% levam menos de uma hora para chegar ao aeroporto, quase metade tem entre 31 e 45 anos. Enquanto no Brasil o principal motivo é trabalho ou estudo, no Nordeste é lazer e no Norte é saúde. Em voos internacionais, 70% viajam a lazer e 25,8% a negócios.
No Centro-Oeste, 52,3% viajam a trabalho ou estudo e 41,8% embarcam a lazer ou turismo. A maior parte tem entre 31 e 45 anos (39,3%), é do sexo masculino (56,6%) e tem renda entre 5 a 10 salários mínimos (23,1%).
A pesquisa também revelou que 252 cidades brasileiras têm mercados potenciais para novos trechos aéreos. O ministro Padilha afirmou que o governo está trabalhando para licitar 100 dos 270 aeroportos regionais previstos pelo Programa de Investimentos em Logísticas (PIL).
;Nossa prioridade são os terminais da Amazônia Legal, porque lá ou se gasta 1 hora para viajar de avião ou são oito dias de barco. E o principal motivo de viagem na região Norte é saúde. É uma questão de cidadania porque não dá para esperar oito dias quando o problema é saúde;, disse. Padilha assinalou que conta com a sensibilidade do Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para realizar os investimentos nos aeroportos regionais.