O setor de infraestrutura foi um dos menos impactados com as reduções de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Mesmo diante da queda de desembolsos prevista para esse ano, o setor vai receber mais recursos que em anos anteriores, com aumento de 5% em relação à 2014.
A informação é do diretor de Planejamento, Pesquisa e Acompanhamento Econômico do BNDES, João Carlos Ferraz, que falou hoje (16/10) durante evento do Conselho Empresarial da America Latina, no Rio de Janeiro.
Segundo ele, o aumento dos desembolsos em infraestrutura refletem o potencial da economia brasileira e miram no crescimento sustentado, com oportunidades competitivas de baixo risco para os empresários.
Leia mais notícias em Economia
João Ferraz aposta no mercado interno, exportações e infraestrutura como "vetores do crescimento" no país. Para ele, a alavancagem da economia brasileira é uma questão de tempo. "Temos que atravessar esse inferno astral, mas as oportunidades são grandes", disse aos empresários latino-americanos, cobrando também mais participação do setor privado no financiamento de grandes projetos.
O setor de infraestrutura ajuda a criar condições para o crescimento da economia, destinando recursos para portos, aeroportos e rodovias, que reduzem custos de produção e passam a atender melhor a população.
Financiando obras de empresas brasileiras na África e a na América Latina, como o metrô de Caracas, na Venezuela, e o porto Mariel, em Cuba, o BNDES também movimenta a economia no Brasil, acresentou o diretor. Ele disse aos empresários que as criticas a esses financiamentos são " ideológicas".
"É nosso papel [financiar], enquanto apoiadores de empresas brasileiras, mas que cumprem papel de fortalecer e expandir a infraestrutura na América Latina e na África, em particular", disse. O diretor acrescentou que o montante destinado a esses projetos não chega a 4% dos desembolsos do banco.
João Carlos Ferraz também aproveitou para negar qualquer influência política na concessão de financiamentos pelo BNDES. O banco é alvo de investigação em uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados que investiga supostas irregularidades em contratos de empréstimo.
"Até hoje não foi levantado nenhum caso e não será encontrado nenhum caso de tráfico de influência ou de irregularidade em nossos financiamentos. O BNDES tem 63 anos de lisura completa em seus negócios. Quem viver, verá", declarou, aplaudido.
Ele informou ainda que desde a criação da CPI, há 60 dias, todos as informações solicitadas foram apresentadas.