Não será tarefa trivial para o país recolocar no mercado de trabalho o exército de pessoas que a crise econômica demitiu. Na melhor das hipóteses, afirma o professor Carlos Alerto Ramos, da Universidade de Brasília (UnB), o emprego só retomará o fôlego a partir de 2018. ;O que dita o mercado de trabalho é a economia. Sem crescimento, não há emprego;, diz, ele, que prevê recuo do Produto Interno Bruto (PIB) entre 2015 e 2017. ;O momento é extremamente difícil para os trabalhadores. As empresas não estão investindo, pois há muita desconfiança em relação ao futuro;, ressalta.
A mesma avaliação é feita pelo economista sênior da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Fábio Bentes. ;A chance de se encontrar um posto de trabalho neste ano e no próximo diminuiu bastante;, assinala. Que o diga o trabalhador da construção civil Waldemar Barbosa, 46 anos. Ele já correu boa parte do Brasil atrás de emprego. Mas nunca viu uma situação tão difícil como a de agora. ;Desde o ano passado só vivo de bico. Não pego uma obra.Trabalho para pagar a comida do dia na raça. Está muito difícil;, diz. O que mais lhe assusta é que não há perspectiva de melhora tão cedo.
Na opinião do professor da UnB, os trabalhadores devem se preparar para o pior. ;As demissões vão se acentuar;, avisa. Ele ressalta que a situação está tão ruim que até mesmo os empregos temporários de fim de ano estão prejudicados. Como as vendas de Natal devem registrar queda ; a primeira, desde 2004 ;, o varejo que sempre absorve mão de obra nos últimos três meses do ano vai se contentar com o quadro de pessoal que já dispõe. E olhe lá. ;Demorou, mas a crise bateu com tudo no emprego. E o mercado de trabalho será o último a reagir quando a economia se recuperar;, completa Bentes.
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