A divulgação dos dados do Governo Central em agosto acabou por surpreender positivamente o mercado, com números menos piores que o esperado. Os dados indicaram déficit de R$ 5,08 bilhões no mês passado, contra estimativas que variavam entre déficit de R$ 6,5 bilhões e de R$ 19 bilhões. A notícia, que já pegou dólar e juros em baixa, ajudou a consolidar a tendência nos negócios da tarde.
O cenário político, como há bastante tempo não se via, também trouxe influência positiva aos negócios. A notícia de que a presidente Dilma Rousseff ofereceu sete ministérios ao PMDB na reforma política alimenta as expectativas de recomposição da base de apoio do governo, restaurando a governabilidade da presidente.
No entanto, a presidente só deve fazer qualquer anúncio após a sessão conjunta do Congresso que apreciará os seis vetos presidenciais ainda não analisados, inclusive o que barra o reajuste salarial de servidores do Judiciário. A estratégia busca evitar que parlamentares da base eventualmente descontentes com a reforma ministerial votem contra o governo na sessão de apreciação dos vetos.
Segundo profissionais do mercado de câmbio, a menor pressão sobre o dólar no período da tarde acabou por deflagrar operações de stop loss (interrupção de perdas) da parte de investidores vendidos no mercado futuro, o que levou o dólar de outubro à mínima de R$ 4,015 e a divisa à vista a R$ 4,012.
No tradicional leilão de rolagem de swaps cambiais feito diariamente pelo BC, foram vendidos hoje apenas 5.900 contratos, contra os 9.450 ofertados. O BC anunciou que os 3.550 contratos remanescentes serão ofertados novamente amanhã.