Jornal Correio Braziliense

Economia

Em linha com o câmbio, juros futuros avançam e fecham nas máximas

Além da movimentação em Brasília em torno do ajuste fiscal, fontes nas mesas de renda fixa lembram que nos próximos dias serão divulgados dados muito ruins das contas públicas

A pressão no câmbio doméstico estimulou a colocação de prêmios nos contratos de juros futuros e as taxas avançaram com força ao longo de toda a curva, encerrando nas máximas nesta segunda-feira (28/9). Ao término da sessão regular da BM, o DI janeiro de 2016 estava em 14,91%, de 14,63% do ajuste de sexta-feira; o DI janeiro de 2017 saltou de 15,59% para 16,15%; o DI janeiro de 2021 terminou em 16,24%, de 15,73% no ajuste anterior. O dólar à vista no balcão fechou na máxima, a R$ 4,0800, alta de 2,80%.

Os investidores seguem preocupados com o futuro do ajuste fiscal a ser definido nos próximos dias, quando deve ser apreciado pelo Congresso o veto ao reajuste salarial de até 78,56% dos funcionários do Judiciário. Ainda, a presidente Dilma deve colocar em prática sua reforma ministerial, cortando até dez pastas. Resta saber em que ambiente político estas ações devem se desenvolver.

Além da movimentação em Brasília em torno do ajuste fiscal, fontes nas mesas de renda fixa lembram que nos próximos dias serão divulgados dados muito ruins das contas públicas. Segundo o AE Projeções, o saldo do Governo Central de agosto deve ser deficitário entre R$ 6,500 bilhões e R$ 19,000 bilhões (mediana negativa de R$ 13,400 bilhões).



Na pesquisa Focus, as previsões de IPCA e PIB continuaram evidenciando a manutenção do quadro de estagflação. Para o IPCA em 2016, foco da atual política monetária, a mediana das estimativas atingiu 5,87%. As medianas para o PIB de 2015 e 2016 passaram de -2,70% para -2,80% e de -0,80% para -1,00%, respectivamente.

Nos leilões de NTN-F desta segunda-feira, o Tesouro Nacional não aceitou propostas nem para a compra de até 1 milhão de papéis nem para a venda de até 150 mil títulos, distribuídos em seis vencimentos de 2017 até 2025. O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, José Franco, explicou que, nas operações realizadas nesta manhã, não foram aceitas propostas "porque houve grande dispersão de preços".