Enquanto o governo tentará a todo custo convencer os parlamentares da base aliada a manterem os vetos presidenciais na pauta bomba que deverá ser avaliada nesta terça-feira pelo Congresso Nacional, técnicos da agência de classificação de risco Fitch Ratings estão em Brasília. Eles têm um encontro com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, às 12h. Em agosto, a Fitch rebaixou a perspectiva da nota dos títulos públicos brasileiros, mas o país está a dois degraus para perder o selo de bom pagador. Ao contrário da nota da Standard & Poor;s, que retirou o grau de investimento do Brasil no último dia 9.
[SAIBAMAIS]Na avaliação do especialista em contas públicas Mansueto Almeida, se o governo não conseguir manter os vetos da pauta bomba, um novo rebaixamento do país será ;imediato; pelas agências internacionais. ;A sinalização serão muito ruim para o mercado. O Congresso estaria agravando a crise política, o que é muito sério;, alertou.
De acordo com dados do Palácio do Planalto, se os vetos presidenciais de três medidas provisórias e de um projeto de lei caírem, o custo para os cofres públicos será de R$ 127,8 bilhões entre 2015 e 2019. O governo vem tentando e não consegue cortar R$ 26 bilhões do novo pacote de ajuste fiscal anunciado na semana passada. Para o economista Fabio Klein, da consultoria Tendências, o governo conseguirá reduzir apenas metade desse montante.
Ontem, o líder do governo no PT, deputado José Guimarães (CE), fez um apelo para a manutenção dos vetos após uma reunião hoje à noite no Palácio do Planalto, sem a presença da presidente Dilma Rousseff. Ele falou da necessidade de uma força-tarefa de convencimento dos parlamentares ao longo de amanhã. Já o vice-líder do governo deputado Silvio Costa (PSC-PE), reforçou que irá manter a estratégia de esvaziar a sessão para evitar uma derrota. ;Se der quórum a gente perde;, disse. A estratégia do governo é adiar a sessão do Congresso, marcada para começar às 19h.