Pela primeira vez a projeção para a taxa de câmbio ao fim de 2016 atingiu os R$ 4,00 no boletim Focus, publicação semanal na qual o Banco Central reúne as expectativas de cerca de 100 analistas. Em 02 de janeiro o mercado tinha outra visão, esperava uma taxa de R$ 2,80 - de lá para cá o ajuste foi de 42,86% na estimativa. Essa forte correção ocorre quase duas semanas depois de o Brasil ter sido rebaixado pela Standard & Poor;s, agência de classificação de risco que também tirou do País o grau de investimento, que é uma espécie de selo de bom pagador.
Na semana passada, a projeção para 2016 era um pouco mais baixa, estava em R$ 3,80. Com o ajuste entre uma semana e outra, a alta foi de 5,26%. Há quatro edições do Focus a estimativa era de R$ 3,60.
Para 2015, a expectativa para a taxa de câmbio ao fim do ano subiu de R$ 3,70 para R$ 3,86 - nível aquém do fechamento da última sexta-feira, quando o dólar fechou cotado a R$ 3,9500. Há quatro semanas a expectativa era de encerrar o ano em R$ 3,50.
Diante desses ajustes, a taxa média de câmbio também foi alterada. Para 2015 passou de R$ 3,32 para R$ 3,38; para 2016, de R$ 3,75 para R$ 3,91. Há quatro semanas essas estimativas eram de R$ 3,23 e R$ 3,55 respectivamente. Essas previsões podem piorar ainda mais nas próximas semanas enquanto o Brasil tenta não ser rebaixado por outras agências de classificação de risco e o governo tenta passar no Congresso o retorno da CPMF como forma para recompor as contas públicas.