A presidenta Dilma Rousseff entregou hoje (16/9) 2.343 unidades do Minha Casa, Minha Vida em Presidente Prudente, no interior de São Paulo. Simultaneamente à cerimônia com Dilma, a presidenta da Caixa Econômica Federal, Miriam Belchior, entregou 256 moradias do programa no município de Cotia, também no interior paulista. Os empreendimentos receberam R$ 179,1 milhões e devem beneficiar cerca de 10 mil famílias com renda mensal de até R$ 1,6 mil.
Durante a cerimônia, Dilma reforçou que ;não há hipótese; de o governo não levar adiante a Fase 3 do Minha Casa, Minha Vida e disse que parte das medidas de reequilíbrio do Orçamento foi proposta justamente para preservar investimentos no programa habitacional.
;Como qualquer família, a gente dá uma apertada no cinto e preserva o que é melhor para o futuro das pessoas. É para isso que estamos fazendo um aperto, para conseguir manter aquilo que é mais importante, que é o que uma dona de casa faz quando a família enfrenta dificuldades;, afirmou.
Leia mais notícias em Economia
A terceira etapa do Minha Casa, Minha Vida foi apresentada a movimentos sociais de moradia e ao setor da construção civil na última semana, mas ainda não tem data para ser lançada oficialmente. A promessa do governo é contratar mais 3 milhões de unidades habitacionais na nova etapa do programa, que teve os limites de renda e financiamento atualizados e os juros do financiamento aumentados.
Dilma disse que as casas, além de um lar, são um patrimônio para as famílias e pediu que os beneficiários cuidem dos imóveis. ;A hora que vocês virarem a chave, vocês estão entrando para algo que é de vocês. Só peço uma coisa: daqui para a frente é com vocês. São vocês que têm que cuidar disso aqui com carinho. Quero que vocês se organizem em condomínios e conservem o que é de vocês.;
Segundo a presidenta, mais de 11 mil casas do programa já foram entregues na região de Presidente Prudente e 2,5 mil estão em construção. Dilma também destacou investimentos em saneamento, agricultura e programas nas áreas de saúde e educação na região, como o Mais Médicos, a reforma de unidades de pronto atendimento e a construção de creches. ;Nosso cálculo é que desse momento em diante iremos investir em torno de 700 milhões de reais [na região] até 2018;.
Crise política
Durante o discurso, Dilma voltou a chamar de golpe as eventuais tentativas de interrupção de um governo eleito democraticamente. ;Qualquer forma de encurtar o caminho da rotatividade democrática é golpe, sim. É golpe, principalmente quando esse caminho é feito só de atalhos questionáveis;, disse.
Mais cedo, em entrevista a uma rádio da cidade, Dilma afirmou que usar a crise econômica como instrumento para chegar ao poder é ;uma versão moderna do golpe;. As duas declarações mostram uma mudança de tom da presidenta diante dos pedidos de impeachment que ganham força no Congresso Nacional. Até ontem (15/9), Dilma evitava usar a palavra golpe quando era perguntada sobre o assunto.
;Conquistamos a democracia com imenso esforço. E qual a base da democracia? A base da democracia é a legalidade dada pelo voto de cada um dos brasileiros e brasileiras;, agitmou, durante o discurso.
Dilma também voltou a criticar os que, segundo ela, apostam no ;quanto pior, melhor;. ;Quem acha que tudo vai dar errado, chama o erro para si mesmo, quem acha que tudo está ruim, chama a dificuldade para si mesmo;, disse a presidenta.