Jornal Correio Braziliense

Economia

Decisão do Fed eleva custo de captação a empresa brasileira, avalia S

Além do complicado ambiente doméstico no Brasil, a elevação dos juros nos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed) deve encarecer os custos de captação para as companhias

As empresas brasileiras, principalmente as com dívida em moeda estrangeira, terão que lidar com um cenário mais desafiador, afirmou a diretora-gerente de ratings soberanos da Standard & Poor;s (S), Lisa Schineller, em uma conferência pela internet nesta segunda-feira (14/9) para comentar perspectivas para o Brasil com a perda do grau de investimento, anunciada na semana passada. Além do complicado ambiente doméstico no Brasil, a elevação dos juros nos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve encarecer os custos de captação para as companhias.

[SAIBAMAIS]"As condições para as empresas brasileiras serão mais desafiadoras", disse Lisa. A diretora da S frisou que o rating de muitas companhias foi rebaixado no Brasil recentemente, seguindo o corte da nota soberana. "Muitas empresas permanecem no grau de investimento, outras estão no grau especulativo, o que pesa no custo de refinanciamento dos passivos", disse Lisa.

Pelo lado positivo, a diretora da S disse que o BC entrando mais no mercado de câmbio para conter a disparada do dólar ajuda a melhorar as condições para as companhias endividadas na moedas norte-americana, pois facilita o acesso ao dólar. "Mas definitivamente as empresas vão ter que lidar com um cenário mais difícil."



Lisa mencionou que as companhias brasileiras têm que lidar ainda com o ambiente doméstico de forte desaceleração do crescimento econômico, acima do inicialmente esperado, e a falta de políticas do governo que sinalizem mudanças dessa trajetória. Os problemas da Petrobras, rebaixada para o grau especulativo, destaca Lisa, têm afetado a dinâmica de crescimento do Brasil e ainda a situação financeiras de algumas empresas, que vão precisar de tempo para se recuperar. A diretora frisou que a S continua acreditando na capacidade do governo de apoiar a Petrobras em caso de necessidade.