A situação das contas públicas ficou ainda mais difícil no fim de semana.Sem apoio na sociedade e em sua base parlamentar, a presidente Dilma Rousseff se viu obrigada, no sábado à tarde, a recuar da proposta de recriar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
Gil Castello Branco, fundador e secretário-geral da Associação Contas Abertas
O tributo era uma das poucas chances de alívio fiscal em um quadro de queda da arrecadação, combinado com dificuldade de cortar despesas obrigatórias. O Ministério do Planejamento chegou a fazer uma simulação do Orçamento de 2015 com a CPMF.
;Não tem jeito;, diz o deputado Ricardo Barros (PP-PR), indicado para ser o relator do Orçamento do próximo ano. Ele estima gastos R$ 80 bilhões maiores do que os de 2015 e receitas R$ 60 bilhões menores. Para especialistas, as expectativas são de um rombo entre R$ 140 bilhões e R$ 150 bilhões nas contas de 2016.
O quadro é extremamente preocupante porque o governo registrou deficit primário no ano passado, pela primeira vez desde 1987. Ou seja, não sobrou dinheiro sequer para pagar os juros da dívida pública. Neste ano, a previsão de superavit primário foi revisada de 1,1% para 0,15%, mas ninguém mais acredita que o resultado ficará positivo.
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