Reunidos em Cuiabá para o ato político de filiação ao PSDB do governador do Mato Grosso, Pedro Taques, que deixou o PDT, os governadores tucanos se colocaram contra o projeto do governo de recriar a CPMF. A ideia da equipe econômica é que mais de 90% da arrecadação do novo tributo fiquem nas mãos da União.
O projeto deve fixar a alíquota em 0,38%. Deste total, 0,35% iriam para o governo federal e apenas 0,02% para estados e 0,01% para municípios. "Isso é brincadeira. Não dá para tratar como algo sério", afirmou à reportagem o governador do Pará, Simão Jatene, ao comentar a fórmula de distribuição. "Isso (a criação de novos impostos) causa enorme preocupação no PSDB", concluiu o governador paraense.
"Independente da distribuição, esse não é o melhor caminho", completou o governador paulista, Geraldo Alckmin.
Depois do evento, que reuniu cerca de 3.000 pessoas em um hotel fazenda em Cuiabá, os tucanos participaram de um almoço organizado por Taques em um restaurante árabe de Cuiabá. Também estavam presentes o senador José Serra, o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), o ex-deputado José Aníbal, presidente do Instituto Teotônio Vilela, a senadora Ana Amélia (PP-RS) e vários deputados tucanos.
O mais crítico ao tributo, porém, foi o senador Aécio Neves, presidente do PSDB. "Um governo como o da presidente Dilma, que no seu primeiro mandato deixou de gastar R$ 25 bilhões aprovados no orçamento na área da saúde, não tem autoridade para pedir à população que pague mais impostos. Essa é a posição do partido", afirmou o tucano. O senador classificou como "irrisório" o montante reservado aos Estados e municípios.