O Mercosul pode levar uma proposta de acordo bilateral com a União Europeia ao Comissariado Europeu em outubro, disse o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro.
[SAIBAMAIS]Para ele, as discussões internas do bloco estão muito perto de chegar à oferta que será apresentada: "Contamos firmemente com a possibilidade de iniciar a troca de ofertas do Mercosul-União Europeia ainda neste ano". Em outubro, será possível apresentar a parte do Mercosul, acrescentou.
Monteiro disse ainda que o Mercosul não é um obstáculo que inviabiliza outros acordos e citou os Estados Unidos, afirmando que "o Brasil não pode fazer sua política de exportações sem ter um olhar fundamental para o mercado americano".
Ele observou que atualmente os principais problemas de acesso ao mercado americano são não tarifários e que ações como a harmonização de normas técnicas em alguns setores estão enfrentando esse problema.
A relação com o México também foi destacada pelo ministro, que considera bom o desempenho das exportações brasileiras para o país no setor automotivo.
Países da América do Sul com saída para o Pacífico, como a Colômbia, o Chile e o Peru, devem ter uma antecipação do acordo de degravação tarifária de 2019 para 2017, facilitando o comércio. "Temos amplas condições de, até 2017, ver totalmente desgravado o nosso comércio com esses países".
Monteiro reafirmou que o governo tem o compromisso de manter e recompor o Reintegra em um horizonte de três anos. O programa devolve um percentual do valor de produtos industrializados exportados em forma de crédito tributário e teve uma redução desse percentual de 3% para 1% por causa do ajuste econômico. "Essa indicação é muito importante para dar ao exportador a previsibilidade necessária. É importante na formação dos preços".
Sobre o Programa de Financiamento à Exportação (Proex), o ministro disse que o orçamento será capaz de cobrir todas as necessidades que forem mapeadas nos setores demandantes deste ano". "O Brasil precisa oferecer condições de financiamento equiparadas com os nossos concorrentes".
Com a crise econômica, que não considera a pior do período de estabilidade econômica, Monteiro afirma que o momento é de "fazer o dever de casa", com o enfrentamento de problemas estruturais: "O Brasil tem que se voltar para o seu verdadeiro desafio", disse ele, que reconheceu que parte dos problemas foi negligenciada com a conjuntura favorável dos últimos anos.