Jornal Correio Braziliense

Economia

China injeta quase US$ 100 bilhões em dois bancos públicos

O Banco de Desenvolvimento da China recebeu 48 bilhões de dólares e o Banco Export-Import outros 45 bilhões

A China injetou quase 100 bilhões de dólares de suas reservas em dois bancos responsáveis pela concessão de empréstimos e disponibilizou para 14 instituições financeiras outros 17 bilhões para tentar estimular a economia.

O Banco Central da China (PBOC) concluiu na terça-feira (18/8) os aportes de 48 bilhões de dólares para o China Development Bank e de 45 bilhões ao Export-Import Bank of China, informou a agência oficial Xinhua. As injeções pretendem reforçar o capital das duas instituições financeiras (estruturas para a aplicação das políticas públicas) e apoiar a atividade econômica, segundo a agência.

[SAIBAMAIS]Nesta quarta-feira (19/8), o PBOC anunciou que disponibilizou 17,2 bilhões de dólares para 14 instituições financeiras, com o objetivo de facilitar o crédito a médio prazo para "manter o nível de liquidez" no sistema. O PBOC explicou que estimula as instituições bancárias a utilizar esta linha de crédito para apoiar as "pequenas empresas, o setor agrícola" e a os "elos frágeis" da economia chinesa.

"Isto sugere que o Banco Central se esforça para orientar os recursos para a economia real, em particular as empresas exportadoras e a construção de infraestruturas", afirmou o economista Wang Shengzu, do Barclays Capital, à Agência France Presse (AFP). De fato, a segunda maior economia do mundo está em plena desaceleração. Pequim projeta para este ano um crescimento de 7%, mas inclusive esta meta, que seria o pior resultado do gigante asiático em 25 anos, parece difícil de ser alcançada.



O Banco Central multiplicou as medidas de expansão monetária. Desde novembro reduziu as taxas de juros em quatro oportunidades e também reduziu as exigências de reservas obrigatórias para os bancos, com o objetivo de facilitar a concessão de empréstimos, o que teve um resultado incerto.

"Os recursos liberados graças à expansão monetária precedente não chegam à economia real. A maioria permaneceu bloqueado nas instituições financeiras e se destinava a estimular os mercados da Bolsa", destacou Wang.A China injetou quase 100 bilhões de dólares de suas reservas em dois bancos responsáveis pela concessão de empréstimos e disponibilizou para 14 instituições financeiras outros 17 bilhões para tentar estimular a economia.