Apesar dos questionamentos da indústria petrolífera, o governo não pretende rever no curto prazo as premissas da política de conteúdo local. Para o secretário executivo do MME para o setor, Marco Antonio Almeida, a política não é um problema, mas pode ser aperfeiçoada. O secretário também sinalizou que pode rever ainda este ano o regime especial Repetro, de subsídios ao setor.
A avaliação do governo é a de que o país mantém atratividade em suas rodadas de licitação de áreas de exploração e produção de petróleo. "Não conheço nenhum pais do mundo que tenha perspectiva de investimentos tão elevados e por tanto tempo como o Brasil tem hoje. Podemos ter problemas regulatórios, podemos. Mas estamos abertos à discussão", ponderou o secretário.
Para Almeida, o país vai conseguir "boa rodada" em outubro, mesmo com cenário adverso. "Empresas de petróleo não operam considerando curto prazo. Se hoje o cenário é diferente, certamente não é referência para as empresas de petróleo. A questão é se elas têm visão de cenário de longo prazo, é a grande incógnita", reforçou.
Segundo ele, a política de conteúdo local tem problemas, é "rígida e rigorosa", mas "equilibrada". "Talvez mais importante do que o petróleo seja desenvolver a indústria brasileira, ter indústria competitiva nesse mercado e, se pudermos, usar o conteúdo local para desenvolver essa produtividade", pontuou.
Segundo Marco Antonio Almeida, entre os problemas do setor mais críticos que a política de conteúdo local estão a crise de fornecedores e estaleiros, em função da restrição de acesso ao crédito. "A política de conteúdo local foi construída para proteger o fornecedor brasileiro e que ele seja competitivo. A partir do momento em que for competitivo, ela acaba. E o fornecedor que não for competitivo, sai do mercado", afirmou.