O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, afirmou nesta terça, 11, que a desvalorização do yuan não é um problema para o Brasil. Mesmo que as exportações chinesas de manufaturados fiquem mais competitivas globalmente e desloquem parte das exportações brasileiras em mercados tradicionais na América do Sul, a desvalorização do real não pode ser ignorada, na visão do ministro.
"Nosso câmbio também de realinhou, algo próximo de 50% em 12 meses", afirmou Monteiro a jornalistas, ao chegar para a posse do novo presidente do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), Luiz Otávio Pimentel, em encontro acadêmico no Rio. "Nossa moeda está bem posicionada, se levarmos em conta uma cesta de moedas onde podemos incluir a própria moeda chinesa", completou o ministro.
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Se na disputa por mercados internacionais para exportações de manufaturados o câmbio ajuda, no comércio bilateral entre Brasil e China, a decisão desta terça-feira do Banco Popular da China, o banco central chinês, deverá pesar menos ainda. "Na nossa relação de comércio direta, a competitividade do Brasil se situa numa área que é de commodities", afirmou Monteiro, classificando a competitividade brasileira na exportação de matérias-primas como "indiscutível".
O ministro demonstrou preocupação maior com a inflação no Brasil pois, segundo ele, a variação de preços anula em parte o ganho de competitividade dado pela desvalorização recente do real.
"Esse que é o grande fator que erode o câmbio real. Uma coisa é o câmbio nominal, outra é o câmbio real. Precisamos estar muito atentos à evolução de custos. Você desvaloriza o câmbio, mas os custos sobem. Esse é o problema. Não é a desvalorização da moeda chinesa, que ainda é, de resto, bem menor do que a nossa", resumiu Monteiro.