O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu hoje (5/8) a reforma fiscal proposta pelo governo e reafirmou apoio à presidenta Dilma Rousseff pelo custo político que tem assumido em consequência dos ajustes econômicos. ;O ajuste fiscal é ferramenta indispensável para o Brasil voltar a crescer;, disse.
;O Brasil precisa de reformas rápidas, mas que não procurem conter populismos fáceis ou ilusões débeis;, alertou, ao participar do seminário Novo Ciclo do Cooperativismo de Crédito no Brasil, promovido pelo Banco Central, em Brasília.
;O governo e a presidenta ; acrescentou - assumiram a responsabilidade e o custo da popularidade de fazer o que é necessário para o Brasil retomar o crescimento;. Levy destacou, entre as mudanças em andamento, o projeto para melhorar a logística do país e os ajustes necessários a serem feitos nos benefícios previdenciários.
Segundo Levy, a presidenta Dilma assume esse custo de adoção das medidas ;sem temor;. E disse: ;[A presidenta Dilma] sabe que [o custo] é importante [porque significa] assumir a responsabilidade [decorrente] da eleição pelo voto popular;.
De acordo com o ministro da Fazenda, a responsabilidade envolve o compromisso ;de tomar as medidas necessárias mesmo que não antevistas;. ;Temos que ter essa capacidade de responder [à crise];, destacou. Levy disse que o ;ajuste fiscal não provocou a desaceleração da economia: a desaceleração vinha de algum tempo, inclusive os economistas [acreditam] que recessão do Brasil vem de 2014;.
Para o ministro da Fazenda, não adianta discutir agora uma agenda pós-ajuste fiscal se as mudanças para acertar as contas do governo não estiverem completas. A estratégia, disse, é muito clara e o governo tem procurado informar a todos os setores seus objetivos com muita transparência. ;Evidentemente, o governo tem ouvido sugestões e procurado sempre conversar com todos sobre os ajustes;.
Levy disse que o governo não pode prescindir do equilíbrio das contas públicas e de uma discussão séria para alcançar esse acerto. Na opinião de Levy, o governo deve procurar adequar o país a um ambiente em que é fundamental aumentar a produtividade e eficiência da economia. ;Portanto, há estratégias que incluem as concessões de infraestrutura fundamentais para diminuir o custo do transporte da safra [agrícola];, observou.
Para Levy, esse ambiente é fundamental o país obter sucesso porque o custo do campo influencia a rentabilidade do agricultor e das pequenas cidades, por meio do incentivo à economia. ;Sabemos que plano logístico só terá sucesso se os investidores olharem para o Brasil e confiarem na nossa situação fiscal;, disse. Do contrário, os investidores ;não vão querer colocar dinheiro para melhorar as estradas que estamos precisando [construir];.
O ministro defendeu ainda a redução da burocracia existente na máquina administrativa, por meio da simplificação dos processos de recolhimento de impostos, dos sistemas eletrônicos e de automatização, que passarão a dar mais informações e mais segurança ao governo e aos contribuintes. Com isso, acrescentou, haverá redução de custo e aumento na eficiência para as organizações, especialmente para as pequenas e médias empresas.