O setor público encerrou o mês de junho no vermelho. O deficit das contas do governo federal junto com estatais, estados e municípios, ficou em R$ 9,3 bilhões, o equivalente a 0,80% do Produto Interno Bruto (PIB). O resultado é o pior da história.
No primeiro semestre do ano, o saldo ficou positivo em R$ 16,2 bilhões, mas esse superavit é o menor para o período desde o início da série histórica, em 2001. De janeiro a junho de 2014, o resultado do setor público foi de R$ 29,4 bilhões.
No acumulado em 12 meses, o deficit primário do setor público foi de R$ 45,7 bilhões, o equivalente a 0,8% do PIB, conforme dados do Banco Central divulgados nesta sexta-feira (30/7). O deficit nominal do governo foi de R$ 36,3 bilhões, em junho, e de R$ 209,6 bilhões, no ano. Os dois resultados são os piores da história.
Esses números mostram que, com a economia cada vez mais fraca e a arrecadação encolhendo, o governo não está fazendo a parte dele como deveria, que é reduzir as despesas como um todo. E, por isso, o desequilíbrio fiscal continua. A dívida líquida do setor público continua crescendo e passou de 33,6% do PIB, em maio, para 34,5% do PIB, em junho, totalizando R$ 1,9 trilhão. A dívida pública bruta também aumentou. Passou de 62,5% do PIB, em maio, para 63% do PIB, em junho, somando R$ 3,6 trilhões.
Não à toa, a conta de juros nominais continuam crescendo e o governo está pagando juros como nunca antes. O percentual dessa despesa saltou de 4,49% do PIB, no primeiro semestre de 2014, para 7,92%, neste ano, passando de R$ 120,2 bilhões para R$ 225,8 bilhões. No acumulado em 12 meses, a fatia dos juros cresceu de 7,22% do PIB, em maio, para 7,32% do PIB, de R$ 408,7 bilhões para R$ 417 bilhões.