A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) revisou suas projeções para a América Latina e cortou pela metade dado o forte enfraquecimento das principais economias da região, como o Brasil. A entidade ligada a Organização das Nações Unidas prevê uma expansão de apenas 0,5% para a região neste ano, conforme o Estudo Econômico divulgado nesta quarta-feira (29/07). Em abril, a expectativa era de um avanço de 1%.
A economia brasileira vai recuar 1,5% neste ano pelas estimativas da Cepal, dado que está alinhado com as projeções do Fundo Monetário Nacional (FMI). Em abril, a expectativa da entidade era de queda de 0,9%. Esse desempenho só não é o pior na região porque a Venezuela deve encolher 5,5% pelas novas previsões da entidade.
Ao contrário do Brasil, o desempenho da Argentina teve uma revisão para cima pela Cepal. A projeção de expansão do PIB passou de zero, em abril, para 0,7% neste último relatório. O Panamá continuará com a maior taxa de crescimento da região: 6%, a mesma no estudo anterior.
Pelas estimativas da entidade há uma desaceleração no comércio global que deverá ter uma expansão de apenas 2% neste ano, principalmente, devido à desaceleração da China, que deverá crescer 7% neste ano, abaixo da Índia que vai ter uma expansão de 7,6% neste ano, pelas estimativas da entidade. ;O contexto externo está condicionado ao desempenho das economias na região de maneira heterogênea;, afirmou ela lembrando que em 2010, a economia latino-americana crescia 7,7% e, desde então, está em queda contínua.
A secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, explicou que um dos principais fatores dessa desaceleração na região é a forte queda nos preços das commodities, principalmente o petróleo, que, pelos cálculos da entidade registrou uma desvalorização de 52% somente nos últimos sete meses. Como Brasil, representa praticamente a metade da economia da região, a desaceleração do país acaba fazendo com que o PIB da região também encolha.
Novas projeções
Taxas de crescimento do PIB para 2015
Em %
Argentina 0,7
Bolívia 4,5
Brasil -1,5
Chile 2,5
Colômbia 3,4
Costa Rica 3,4
Equador 1,9
México 2,4
Panamá 6,0
Paraguai 4,0
Peru 3,6
Uruguai 2,6
Venezuela -5,5
América Latina 0,5
Fonte: Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal)