O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fez uma projeção otimista sobre a recuperação do PIB brasileiro, dizendo que em um ano e meio a reação pode ser bastante significativa. O ministro exemplificou, em sua fala, a evolução do indicador em 2001 e durante os anos de 1999 e 1998 e afirmou que o País tem que "encontrar vetores fortes". Um dos exemplos usados foi a agricultura que, segundo ele, "está indo muito bem".
O ministro acredita que a economia está reagindo e disse ter certeza que o País tem condições de superar a meta de superávit fiscal anunciada esta quarta-feira, 22, de 0,15% do PIB - antes era de 1,1%. "Temos trabalhado na agenda do crescimento", disse.
Mesmo com a redução da meta fiscal, Levy afirmou que, em suas conversas com as agências de classificação de risco que avaliam o Brasil, tem ressaltado que o cenário hoje é melhor do que o do começo do ano. Naquela época, havia risco de downgrade, de desabastecimento de energia e a Petrobras passava por grave crise. "O governo tomou ações firmes e enérgicas, nem todas populares", afirmou. "Se a gente trabalhar forte, vamos diminuir os riscos. Precisamos ter um pouco de flexibilidade, mas muita persistência e clareza", completou.
O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, ressaltou que as agências de avaliação de risco olham a trajetória fiscal, e não apenas a situação atual. "A trajetória é consistente e realista. Isso garante a credibilidade dessa proposta e a consistência com a manutenção dessas avaliações de risco."
Apesar de o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), ter anunciado rompimento com o governo, Levy disse estar confiante na aprovação das pautas da equipe econômica que dependem do Poder Legislativo. "Renan Calheiros (peemedebista e presidente do Senado) tem indicado (a intenção) de fazer uma pauta de crescimento real", afirmou. Ele disse acreditar também que o projeto de lei de mudança da meta fiscal será acolhido pelo Congresso.