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Economia

UE autoriza financiamento ponte de 7,16 bi de euros à Grécia

No entanto, este empréstimo não permite que a Grécia pague as dívidas que vencem no dia 20 de agosto com o BCE

Bruxelas, Bélgica - Os 27 sócios da Grécia na União Europeia (UE) aceitaram nesta sexta-feira (17/7) conceder o empréstimo de emergência a Atenas por 7,16 bilhões de euros para que o país possa pagar na próxima segunda-feira (20/7) parte da dívida, informou o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis.

O empréstimo a três meses permitirá à Grécia pagar na segunda-feira a dívida de de mais de 4,2 bilhões euros com o Banco Central Europeu e pagar o que deve ao FMI, enquanto negocia com as instituições credoras -Comissão Europeia, BCE e FMI- o terceiro plano de resgate financeiro.

"Temos um acordo sobre o financiamento ponte, os recursos virão do Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira (Meef). O acordo foi respaldado pelos 28 Estados-membros", disse Dombrovskis em coletiva de imprensa.

No entanto, este empréstimo de 7,16 bilhões não permite que a Grécia pague as dívidas que vencem no dia 20 de agosto com o BCE. As instituições consideraram que as necessidades de financiamento de curto prazo da Grécia, até 20 de agosto, são de bilhões de euros.

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"Temos tempo suficiente para chegar a um acordo [sobre o terceiro resgate] antes da segunda quinzena de agosto. Espero que assim seja, que o dinheiro (do plano) esteja então disponível e que não seja necessário um financiamento de curto prazo", afirmou Dombrovskis.

O empréstimo virá de um fundo comunitário, o Meef, criado em 2010 e utilizado no passado para resgatar financeiramente Irlanda e Portugal. Os 28 membros da UE contribuíram com recursos para constituí-lo, incluindo os que não integram a zona do euro.

Esses últimos países, sobretudo o Reino Unido, pedem garantias para recuperar o dinheiro do fundo para o caso de a Grécia não devolver o dinheiro. O acordo determina que se a Grécia não pagar, os Estados não membros do euro serão reembolsados imediatamente.

Para isso, explicou Dombrovskis, serão utilizados em um primeiro momento os rendimentos dos bônus da dívida grega em mãos do BCE e, além disso, foi estipulada uma segunda garantia do orçamento comunitário.

"O empréstimo permitirá à Grécia pagar sua dívida em moratória com o FMI (Fundo Monetário Internacional) e com o Banco da Grécia e voltar a pagar ao BCE, até que comece a receber financiamento do novo programa de resgate que ainda vede-se negociar", afirmou a Comissão em um comunicado.

Os 19 membros do Eurogrupo também aceitaram nesta sexta-feira lançar as negociações do terceiro programa de resgate, conforme foi pedido por Atenas, depois que o Parlamento grego adotou as reformas exigidas.

As instituições credoras -Comissão Europeia, BCE e FMI- dão um prazo de quatro semanas para negociar o programa, que se estenderá por três anos.

Este programa foi avaliado entre 82 e 86 bilhões de euros. Entre 40 e 50 bilhões sairiam do Mecanismo Europeu de Estabilidade (Mede), um fundo de resgate da zona do euro alimentado pelos membros da Eurozona com uma capacidade de empréstimos de 455 bilhões de euros.

O resto verá do restante dos empréstimos do FMI à Grécia pelo segundo programa de resgate e das privatizações realizadas por Atenas nos próximos três anos

Nesta sexta-feira, o conselho de governadores do Mede aprovou "a decisão de garantir, a princípio, o programa de estabilidade para a Grécia sob a forma de um programa de empréstimos", afirmou a entidade em um comunicado.

"Esta decisão abre caminho para que as instituições negociem um Memorando de Entendimento que detalhe as reformas macroeconômicas acordadas (na cúpula de segunda-feira), ou as condições relacionadas à assistência financeira do Mede", completa.