[SAIBAMAIS]A 48a Cúpula do Mercosul começou nesta sexta-feira em Brasília tendo todos os países da América do Sul como membros plenos ou associados efetivamente. Na manhã desta sexta-feira (17/07), os chanceleres de Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela assinaram o protocolo de adesão da Bolívia, como membro o sexto membro pleno.
Com isso, entra finalmente em vigor o termo que tinha sido assinado em 2012, que não tinha a assinatura do Paraguai porque estava suspenso do bloco. O acordo para a entrada da Bolívia no bloco ainda precisa ser ratificado pelos congressos paraguaio e brasileiro. Os demais países já haviam aprovado a adesão de La Paz ao grupo e a solução jurídica encontrada é que não será necessária uma nova ratificação, pois o texto do novo documento não mudou.
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Além disso, foram reassinados por todos os países os acordos de adesão e da Guiana e do Suriname, como membros associados. Esses países haviam adquirido esse status em julho de 2013, mas o acordo não havia entrado em vigor porque não tinha a assinatura de Assunção. O Paraguai foi suspenso do bloco em 2012, após um processo relâmpago de impeachment do então presidente Fernando Lugo, em junho daquele ano. O presidente Horácio Cartes foi eleito em abril de 2013, e, na Cúpula de julho do mesmo ano, os demais membros do Mercosul voltaram a reconhecer o país como uma democracia e voltou a integrar o bloco.
Criado em 1991, o Mercosul teve o processo de adesão da Venezuela concluído em 2012. O Produto Interno Bruto (PIB) conjunto dos cinco países é de US$ 3,2 bilhões e a economia da maioria dos membros não deve crescer este ano, de acordo com as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), com exceção de Paraguai e Uruguai. O comércio intrabloco não tem demonstrado avanços. Em 2014, as exportações entre os países do grupo encolheu 12%, passando de US$ 59,3 bilhões para US$ 51,9 bilhões, de acordo com dados elaborados pelo Itamaraty.
O Brasil ocupou a presidência pró-tempore do globo no primeiro semestre de 2015. Em junho, durante encontro ministerial Mercosul-União Europeia, em Bruxelas, os dois blocos voltaram a conversar sobre o acordo de livre comércio, que está em negociação há mais de 20 anos, e se comprometeram novamente com um novo prazo para a troca de ofertas de acesso aos mercados até o último trimestre deste ano.
Fuga do protocolo
A presidente Dilma Rousseff recepcionou a chegada dos líderes no Palácio do Itamaraty nesta manhã. Durante a chegada do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, um dos primeiros a chegar, a chefe do Executivo cometeu uma gafe, pois não estava posicionada na entrada da rampa do Palácio do Itamaraty, para recebê-lo. Quando o discípulo de Hugo Chávez chegou, Dilma estava em uma reunião em uma das salas da sede do Ministério das Relações Exteriores com o presidente da Guiana, David Granger, marcada para às 9h30. Maduro entrou e subiu a escadaria do vão principal para a área reservada aos chefes de estado, o que levantou dúvidas entre os presentes sobre se a falta de uma autoridade na recepção não fugia ao protocolo. O líder venezuelano voltou ao saguão assim que Dilma retornou ao posicionamento para o cumprimento e a foto oficial de chegada. A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi a última líder a chegar ao Itamaraty, pouco depois das 11h.
À tarde, a presidente deverá fazer um pronunciamento de Dilma à imprensa. O horário previsto inicialmente era às 13h30, após a sessão plenária, mas a expectativa é que deverá atrasar e não há uma previsão de quando o almoço com os líderes deverá terminar.