Políticos conservadores da Alemanha manifestaram apoio parcial ao acordo sobre a Grécia alcançado pelos líderes da zona do euro nesta segunda-feira (13/7), sinalizando que o parlamento alemão deve provavelmente aprovar no final da semana o início das negociações de um terceiro resgate para a Grécia.
Entretanto, a chanceler, Angela Merkel, ainda deve enfrentar um grande embate político no país, pois o voto do parlamento desta semana só aprovará o início das negociações do resgate. Ela terá de convocar o parlamento novamente nas próximas semanas para ratificar o resgate, se um acordo for realmente firmado - um processo que pode gerar mais tensão política.
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Peter Tauber, secretário-geral da União democrata-cristã (UDC), partido de Merkel, afirmou que uma reunião entre os líderes dos partidos nesta segunda-feira, em Berlim, demonstrou "amplo apoio" ao acordo.
Na semana passada, diversos parlamentares do UDC alertaram que estavam a favor da saída da Grécia da zona do euro, limitando o poder de manobra de Merkel em Bruxelas. Entretanto, a rigorosa lista de medidas de austeridade que a Grécia terá de implementar para obter o resgate - algumas devem ser promulgadas na quarta-feira - parecem ter persuadido alguns de que a linha dura da Alemanha prevaleceu.
"Os pré-requisitos para eu apoiar as negociações é que o parlamento grego implemente as medidas", disse Norbert Barthle, parlamentar do UDC. "Se eles fizerem isso, eu estou a favor das negociações. Então eu vou analisar o resultado disso antes de apoiar um terceiro resgate", comentou.
Volker Kauder, líder parlamentar do partido de Merkel, afirmou que vai orientar seu grupo a votar a favor do início das negociações, se a Grécia implementar as medidas que prometeu.
Como lembrete dos interesses políticos em jogo, diversos oponentes do resgate da coalizão de Merkel afirmaram que já decidiram que irão rejeitar qualquer ajuda para a Grécia.
"Nós compramos um pouco de tempo por muito dinheiro na esperança de que as condições na Grécia mudem fundamentalmente e melhorem" disse Wolfgang Bosbach, parlamentar do UDC e crítico de longa data da Grécia, acrescentando que irá rejeitar o acordo.
Em contraste, o parceiro junior da coalizão, o Partido Social Democrata, e os partidos de oposição, afirmaram que irão apoiar com força o acordo.
"O acordo do resgate foi uma vitória do senso comum", disse Thomas Oppermann, líder parlamentar do Partido Social Democrata. Oppermann afirmou que está "otimista de que o Parlamento irá apoiar as negociações iniciais com a aprovação da maioria", desde que o parlamento grego aprove uma primeira leva de reformas na quarta-feira.
O vice-chanceler da Alemanha, Sigmar Gabriel, que também é ministro de Economia e presidente do Partido Social Democrata, disse que "está convencido que agora abrimos o caminho para finalmente superar essa crise".
A Alemanha, assim como outros países-membros da zona do euro, precisam da aprovação do Parlamento para levar adiante o acordo de resgate da Grécia. Apesar de a Câmara estar em recesso esta semana, os parlamentares podem ser convocados para votação na sexta-feira. O Parlamento também terá de aprovar o acordo final da negociação.