O Instituto Aço Brasil (IABr) revisou a sua estimativa de produção de aço bruto em 2015 para uma queda de 3,4% em relação ao ano passado, a um volume de 32,8 milhões de toneladas. A expectativa anterior apontava para um crescimento de 6,4% nos volumes produzidos. "Estamos vivendo a maior crise de nossa história", disse o presidente executivo do Instituto Aço Brasil (IABr), Marco Polo de Mello Lopes.
Para as vendas internas, que a entidade já havia revisto para uma queda de 8% neste ano, a percepção é de piora do cenário. Agora o IABr espera que as vendas de aço no mercado doméstico em 2015 caiam 15,6% em relação ao ano passado, para 18,3 milhões de toneladas. Já para o consumo aparente de aço a estimativa é de uma retração de 12,8% para 22,3 milhões de toneladas, ou seja, o mesmo patamar visto em 2007.
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O presidente do conselho diretor do Instituto Aço Brasil (IABr) e presidente da ArcelorMittal Brasil, Benjamin Mario Baptista, disse que os clientes das siderúrgicas, como o setor automobilístico e da construção civil, por exemplo, vivem uma situação tão difícil quanto a vista pelas usinas. "Vemos um impacto direto no nosso negócio. A situação que estamos convivendo hoje é mais grave do que a crise de 2008 e 2009, mas nesta não temos horizonte e não mostra a luz do túnel", disse o executivo.
Um dos pontos que pesa hoje para o setor é o excesso de capacidade no mundo, que hoje chega a 719 milhões de toneladas, vindo, em especial, da China, país que tem, inclusive pressionado outros por exportar aço em prática considerada como desleal no mercado. Por conta disso, a entidade vem trabalhando para que medidas de defesa comercial contra a China sejam adotadas. Baptista destacou que as entidades da América Latina estão unidas, "apelando" para que os governos da região atuem em prol da competição leal.