O Fundo Monetário Internacional (FMI) voltou a reduzir a previsão para o crescimento do Brasil. Em 2015, a projeção é que o Produto Interno Bruto (PIB) do País tenha queda de 1,5% - pior do que a estimativa divulgada em abril, durante a reunião de Primavera do Fundo em Washington, quando se previa que o País fosse encolher 1% este ano. Foi um dos maiores cortes nas projeções entre os principais países emergentes, de acordo com um relatório do FMI divulgado na quinta-feira, 9.
Além de a recessão ser maior que o esperado em 2015, o FMI espera que a recuperação do Brasil em 2016 seja mais fraca. A previsão é que o PIB avance 0,7%, abaixo da alta de 1% prevista no relatório divulgado em abril. Os economistas brasileiros, de acordo com o boletim Focus, que reúne as estimativas de mais de 100 instituições financeiras, preveem queda de 1,5% no PIB este ano e alta de 0,5% em 2016.
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Desde 2012, o FMI vem cortando as projeções de crescimento para o Brasil a cada novo relatório que divulga. Em 2015, o desempenho do PIB brasileiro será pior que a média da economia mundial, que deve crescer 3,3%. Também deve ficar abaixo da média dos países emergentes e da América Latina, com previsão de expansão de 4,2% e 0,5%, respectivamente. Entre os maiores países emergentes, só a Rússia deve ter pior desempenho que o Brasil este ano, encolhendo 3,4%.
O documento divulgado na quinta-feira não traz mais comentários sobre o Brasil, além das previsões para o PIB. Mas em relatórios anteriores, os técnicos do FMI apontavam a piora da confiança de empresários e consumidores como um dos fatores que explicam o fraco desempenho da atividade. Além disso, citavam os reflexos do escândalo de corrupção na Petrobrás na atividade econômica, com a própria petroleira cortando gastos e as construtoras envolvidas nas investigações Lava Jato paralisando operações.
Sobre a América Latina, o FMI ressalta que a queda dos preços das commodities segue pesando negativamente no desempenho da região, que caminha para o quinto ano consecutivo de PIB fraco. Para 2015, a projeção é de expansão de 0,5%, ante 0,9% do relatório de abril.
O México foi um dos países emergentes, junto com o Brasil, que teve maior corte nas estimativas. Em abril, o FMI esperava que a economia mexicana fosse crescer 3% este ano, número reduzido para expansão de 2,4%. O corte é reflexo do desempenho mais fraco que o esperado nos Estados Unidos por causa do inverno rigoroso, fortalecimento do dólar e greve dos funcionários dos portos na Costa Oeste.