Jornal Correio Braziliense

Economia

Tesouro americano diz que Grécia e o UE devem tomar decisões difíceis

Secretário Jacob Lew disse que os governos europeus não podem "vender" um novo plano de ajuda para Atenas "sem a certeza de que o acordo será rigorosamente implementado"

Washington, Estados Unidos - Um acordo sobre a Grécia só será possível se "decisões difíceis" sobre as reformas e sobre um alívio da dívida forem tomadas por parte de Atenas e dos europeus, respectivamente, declarou nesta quarta-feira (8/7) o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jacob Lew. "Eu não acredito que um primeiro-ministro grego possa vender novas medidas orçamentárias e reformas estruturais sem ter uma ideia da viabilidade da dívida", declarou Jacob Lew, em Washington.

Em paralelo, a autoridade americana disse que os governos europeus não podem "vender" um novo plano de ajuda para Atenas "sem a certeza de que o acordo será rigorosamente implementado". "Não há muitas novas questões a abordar. Em determinado momento temos apenas que adotar decisões difíceis", resumiu Lew, garantindo que atingir o "Grexit" seria um "erro geopolítico".

A Grécia prometeu nesta quarta-feira apresentar um novo programa de reformas "críveis", em resposta ao ultimato dos líderes europeus, que esperam chegar a um acordo antes de domingo para manter o país na zona do euro. Atenas, apoiada indiretamente pelo FMI, apela para o alívio de sua volumosa dívida. "A dívida da Grécia é insustentável", disse Lew, dando razão ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que instou recentemente os europeus a fazer um gesto para aliviar a dívida do país, que é de cerca de 180% do seu Produto Interno Bruto (PIB).



"A Grécia precisa de um caminho sustentável da dívida e um caminho para o crescimento futuro", indicou Lew. A Grécia solicitou neste quarta-feira um novo plano de resgate financeiro da zona do euro, o primeiro passo de um calendário apertado de "última chance" de seus parceiros para evitar o pior cenário: o colapso do país e uma saída do euro.