Após a vitória do "Não" no referendo de domingo na Grécia, todas as atenções se voltaram nesta segunda-feira para o Banco Central Europeu (BCE), considerado como a única instituição capaz de acalmar os mercados e impedir o colapso da economia grega.
"Novamente é o BCE que terá que fazer o trabalho sujo", afirmou nesta segunda-feira (6/7) Carsten Brzeski, economista da ING, que considera que a vitória do "Não" na Grécia "não facilitará a vida" do emissor europeu.
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O Conselho de Governadores do Banco Central Europeu decidiu nesta segunda-feira manter a assistência de liquidez emergencial aos bancos gregos no mesmo nível fixado em 26 de junho.
"O Conselho de Governadores decidiu hoje manter o aporte de empréstimos (ELA) aos bancos gregos no mesmo nível decidido em 26 de junho de 2015, depois de ter analisado uma proposta do Banco da Grécia", afirmou o BCE em um comunicado.
Antes da realização do referendo, o BCE já havia concordado manter a linha de liquidez para os bancos gregos, através do sistema de empréstimos de urgência (ELA, na sigla em inglês).
A decisão tomada em junho de não elevar o teto da assistência de liquidez de emergência foi considerada como uma forma de equilibrar as diferentes posições dos 25 governadores da entidade, que tomam as decisões do emissor europeu.
O BCE parece estar à espera de decisões políticas. Para Nicolas Chéron, da CMC Markets, agora "os políticos aguardam a reação do BCE para tomar decisões".
O ministro francês da Economia, Michel Sapin, disse nesta segunda-feira que o nível de liquidez disponibilizado pelo BCE aos bancos gregos "não pode ser reduzido", embora tenha lembrado que o BCE tem independência na hora de decidir.
A chanceler alemã, Angela Merkel, foi a Paris para reunir-se com o presidente francês, François Hollande, antes da cúpula da zona do euro na terça-feira.
"A porta está aberta às discussões. É o governo (grego) que deve fazer propostas sérias", disse Hollande, após uma reunião no palácio do Eliseu com Merkel.
"Esperamos agora propostas totalmente precisas do primeiro-ministro grego. É urgente ter essas propostas para que possamos encontrar uma saída à situação" atual, reiterou Merkel, acrescentando que "as condições prévias para entrar em novas negociações sobre um programa concreto de mecanismo europeu de estabilidade ainda não estão reunidas".