Na véspera do referendo na Grécia, em que a população do país vai decidir se aceita as medidas de austeridade sugeridas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), pela Comissão Europeia e pelo Banco Central Europeu, o professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ebape) Istvan Kasznar disse que a condução das autoridades gregas em favor da rejeição da proposta ; por meio da escolha do não no referendo ; ;é assustadora;.
Segundo ele, a possibilidade da rejeição das medidas ;pode significar o isolamento muito radical do país;, em relação não só à Europa, mas a toda a comunidade internacional.
;A população grega tem excelente cultura e altíssimo nível de alfabetização;, lembrou o professor, ao observar que uma rejeição significaria uma mudança radical do perfil da tradição grega.
De acordo com Kasznar, as decisões do governo grego na busca de soluções têm de ser firmes. ;O Banco Central Europeu tem os seus limites e vai estabelecer uma política mais disciplinada porque tem que servir de exemplo para o G27;, disse.
O professor esteve em junho na Grécia. Ele disse que passou uma semana analisando as condições do país. Kasznar concluiu que um dos grandes problemas na área econômica é que o sistema bancário funciona com a influência de instituições situadas fora do país. Essa situação, segundo ele, não dá segurança à população sobre o lastro que os bancos gregos têm para garantir o pagamento de retiradas solicitadas pelos correntistas.