Jornal Correio Braziliense

Economia

Governo grego diz que proposta dos credores não pode ser aceita

Em nota, as autoridades informaram que a proposta das instituições "era de legislar imediatamente sobre medidas profundamente recessivas"

O último plano de resgate proposto à Grécia por seus credores (UE e FMI) em troca de reformas e medidas orçamentárias "não pode ser aceito" porque contém medidas "recessivas" e um programa de financiamento de cinco meses "totalmente insuficiente", afirmou nesta sexta-feira uma fonte do governo grego.

"A proposta das instituições ao governo grego era de legislar imediatamente sobre medidas profundamente recessivas (...) como condição para um financiamento durante cinco meses, que é, contudo, totalmente insuficiente", diz a nota do governo.

A oferta, que prevê a extensão por cinco meses do programa de ajuda do qual se beneficia a Grécia e um pacote de pelo menos 12 bilhões de euros a ser entregue em quatro entregas até novembro, foi feita pelos europeus e pelo FMI, segundo um documento vazado nesta sexta-feira.


A nota do governo grego confirma os detalhes dessa proposta, que prevê dar a Atenas 1,8 bilhão de euros de urgência, para evitar a moratória no dia 30 de junho, quando a Grécia deve pagar o empréstimo de 1,5 bilhão ao Fundo Monetário Internacional.

Uma parte dos 12 bilhões seria repassada na medida em que fossem aplicadas de maneira concreta as medidas votadas pelo parlamento grego.

"É evidente que a proposta das instituições, inclusive sem considerar as medidas repressivas e socialmente destruidoras previstas, deixa um significativo gap de financiamento para o período de extensão de cinco meses (do programa de ajuda, ndr) e, o que é mais preocupante, levaria a uma nova negociação difícil, e a um novo memorando (de austeridade, ndr) no final do ano", afirma esta fonte governamental.