O sistema financeiro brasileiro é um dos mais concentrados do mundo e não oferece crédito para os micro e pequenos empreendedores, na avaliação do ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos. O ministro participou hoje (18) do programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República em parceria com a EBC Serviços.
;Hoje temos basicamente três bancos privados, tem um que está saindo, o HSBC, e dois bancos públicos que captam a poupança inteira do país. Eles captam de todos para emprestar para alguns;, disse o ministro.
Afif disse ainda que o crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atende a poucas micro e pequenas empresas. ;Chega ao maior dos pequenos;, disse. Ele lembrou que o crédito não é oferecido diretamente pelo BNDES, que não tem agências, mas através de outros bancos.
Para o ministro, seria necessária uma reforma estrutural no sistema financeiro para que haja mais concorrência entre os bancos e, por consequência, seja ofertado mais crédito e com taxas de juros menores. ;Vamos ter que mexer estruturalmente no sistema bancário brasileiro;, acrescentou Afif. Ele disse ainda que as micro e pequenas empresas se financiam atualmente diretamente com os fornecedores por não encontrarem alternativas nos bancos.
No programa, o ministro também disse que as micro e pequenas empresas têm garantido o emprego e a renda no país. ;Hoje está demonstrado que o andar de baixo da economia está bem melhor que o andar de cima. O andar de cima está complicado. Estamos com a crise. O desemprego acontece em massa nas grandes empresas, que aliás foram as que receberam a maioria dos incentivos;, disse.
Segundo o ministro, as micro e pequenas empresas são uma alternativa para os cidadãos em momento de crise e perda de emprego. ;Nos períodos de crise, o cidadão busca novas oportunidades;. Ontem (17), o governo comemorou a marca de 5 milhões de trabalhadores formalizados por meio do Microempreendedor Individual (MEI).
Questionado sobre a inadimplência dos empreendedores com os tributos, Afif disse que o problema é gerado pela dificuldade de acesso às guias disponíveis para imprimir na internet. Ele argumentou que nem todos os cadastrados têm acesso frequente à rede de computadores. Por isso, em fevereiro a secretaria decidiu enviar boletos pela internet.