A presidente Dilma Rousseff tem 30 dias para defender as contas do governo, sob suspeita de "pedaladas fiscais" em 2014, manobra em que os bancos públicos antecipavam o pagamento de benefícios do governo sem o devido repasse do Tesouro Nacional. O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou na manhã desta quarta-feira (17/6) a convocação da chefe do Executivo, em decisão inédita: é a primeira vez que um presidente da República é convocado para dar explicações ao tribunal.
Barbosa defende governo
Em um evento em São Paulo, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, defendeu o governo das acusações. Segundo Barbosa, as operações que estão sob suspeição no TCU foram autorizadas por lei e não se tratam de um financiamento ao governo feito pelos bancos públicos. "Nem todo contrato que incide juros é um contrato de empréstimo. Nem todo ativo de uma instituição financeira é um empréstimo", disse, ao ser questionado pelos jornalistas.
Na avaliação de Barbosa, as justificativas sobre as "pedaladas" foram apresentadas de forma adequada pelos diversos órgãos chamados pelo TCU. Por isso, destacou ele, o governo está "confiante que seguiu o que manda a Lei de Responsabilidade Fiscal e o que já vinha sendo praticado no Brasil". Ele destacou ainda que o governo está pronto para se adaptar às determinações do TCU. O clima no governo, porém, é tenso. Barbosa está entre as 18 pessoas listadas pelo TCU responsáveis pelas pedaladas.
Com informações de Antonio Temóteo e Vicente Nunes