A decisão do governo ; depois de sucessivas pedaladas fiscais e despesas acima dos ganhos ; de adequar o Orçamento à realidade da arrecadação é rotina dos brasileiros há alguns anos. Desde o fim da bonança, com a crise mundial (2008/2009), as medidas implementadas pelo governo se mostraram inflacionárias, e os cortes em despesas de supermercados e a renovação de bens e supérfluos viraram rotina para muitas famílias.
No caso de Ana Martins, 65 anos, a adequação nas contas de casa começou há dois anos e se intensificou em 2015, em tempo de maior insegurança, com aumento do desemprego e dos preços e com maior restrição de crédito. As contas da pensionista, que recebe R$ 1,2 mil por mês e mora com a filha e com o neto, são controladas ao máximo para o dinheiro não faltar. ;A cada mês, tomo um susto no supermercado, porque o preço nunca está o mesmo. Para economizar, pego os encartes e saio pesquisando, compro o que está barato em cada lugar;, explica.
Para ajustar o bolso às necessidades, vale tudo: substituir produtos e marcas são uma boa opção. ;Se a batata está cara em uma semana, compro mandioca;, conta Ana. Na casa dela, o tempo do banho é controlado, a máquina de lavar foi trocada pelo tanquinho (mais econômico) e, à noite, todos os aparelhos eletrônicos são desligados da rede para evitar que a conta de luz fique fora de controle.
Assim como o governo, que decidiu cortar gastos de custeio como passagens, hospedagens, aluguéis, Ana deixou de lado os passeios mais longos com a família há algum tempo. ;O que ganhamos só dá para a comida e as contas;, lamenta. Sem dinheiro para contratar um plano de saúde, a pensionista teme imprevistos e é uma poupadora habitual. Para comprar a casa onde mora no Paranoá, ela economizou durante oito anos.
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