O governo está apostando alto na visita ao Brasil do primeiro-ministro da China, Li Keqiang, para destravar os investimentos no país, principalmente, na área de infraestrutura. A intenção é anunciar um pacote de US$ 53,3 bilhões para projetos ; alguns já iniciados, outros novos ; como forma de mostrar uma agenda positiva em contraponto ao pessimismo desencadeado pela crise política, que vem dificultando a aprovação do ajuste fiscal no Congresso, e pela recessão na economia brasileira, que deve encolher 1% este ano, conforme estimativa do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O premier chinês chega a Brasília amanhã à noite e terá um encontro com Dilma na terça-feira, menos de um ano depois da visita oficial do presidente da China, Xi Jinping, em julho de 2014. Viaja com Li uma comitiva de 150 empresários. Um dos principais acordos prevê a criação de um fundo de US$ 50 bilhões, uma parceria entre a Caixa Econômica Federal e o Industrial and Commercial Bank of China (ICBC) para financiar projetos de infraestrutura no país.
;Existe um espaço grande para os investimentos chineses;, afirma o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, lembrando que a China é grande importadora de commodities do Brasil. ;A parceria pode reduzir o custo de transporte e tornar os produtos brasileiros mais competitivos;, acrescenta. Thomaz Zanotto, diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), também demonstra otimismo. ;Os chineses têm investido no Brasil, em diferentes níveis. O potencial de colaboração é grande e o grau de evolução é rápido, porque eles identificam os problemas e partem para uma solução a curto prazo, algo que os brasileiros precisam aprender;, diz.
O diretor para América Latina do Eurasia Group, João Augusto de Castro Neves, avalia que a agenda com a China é importante desde que haja maior liberdade para os investimentos. ;O governo não tem espaço fiscal para investir. Por isso, precisará mais do que nunca do capital privado e estrangeiro. O BNDES não deve atuar como no passado nas concessões;, alerta.
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