É difícil encontrar hoje um lugar pior do que o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para deixar o dinheiro dos trabalhadores. Só mesmo se os recursos ficarem esquecidos no fundo de uma gaveta ou depositados na conta-corrente, sem serem aplicados, coisas que ninguém costuma fazer. E não é preciso ser nenhum especialista em economia para se chegar a tal constatação. Com a inflação rodando próxima de 8% e a remuneração do fundo fixada em 3% ao ano mais a variação da Taxa Referencial (TR), os prejuízos para os donos do suado patrimônio se agigantam.
As perdas do FGTS para a inflação vêm desde o segundo mandato do governo de Fernando Henrique Cardoso, mas se intensificaram na administração de Dilma Rousseff. Nos últimos quatro anos, enquanto o dinheiro depositado no fundo de garantia rendeu 15,41%, o custo de vida medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado em todas as negociações salariais, subiu 26,33%. Ou seja, houve perda real de 9,47%.
Para os especialistas, boa parte dos prejuízos acumulados pelos trabalhadores decorre da TR, índice calculado com base nos juros que os bancos pagam aos clientes que aplicam em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), papéis que acompanham de perto a Selic, taxa básica da economia, atualmente em 12,75% ao ano. O problema é que a TR tem um redutor, um freio mais forte do que o que segura um Boeing numa pista molhada.
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