Com uma receita de 4,86 bilhões de euros e 16,7 mil funcionários em todo o mundo, a Iberia amargava resultados negativos desde 2008, ano da crise mundial. Precisou promover um enxugamento para se manter no mercado. A restruturação cortou 15% dos voos e reduziu os salários dos empregados, a partir de um acordo trabalhista que no Brasil, por exemplo, não seria possível. ;Para não cortar empregos oepracionais, negociamos diminuir salários;, explicou Sansavini. De 76 voos de médias e curtas distâncias, a companhia manteve 56. E dos 33 voos de longa distância, passou a operar 28. ;Isso e o corte 50% da parte administrativa permitiu redução de 126 milhões de euros nos custos;, disse o diretor comercial da Iberia.
O reposicionamento no mercado surtiu efeito. Em 2013, o prejuízo caiu para 166 milhões de euros. E, no ano passado, houve lucro de 51 milhões de euros. ;Simplificamos e flexibilizamos a companhia, mantendo as bases sólidas. Mudamos a marca e, pouco a pouco, apagamos a impressão que os clientes tinham de uma companhia que apenas lutava para se manter viva;, afirmou Sansavini. O aumento da pontualidade, que era de 62% em 2011, para 92% no ano passado, o que a coloca como a empresa aérea mais pontual do mundo, ajudou a reconstrução da imagem da Iberia.
De 2013 para 2015, a Iberia recuperou 8% dos voos que havia cortado. Atualmente opera 124 voos para a América Latina, o que representa 53% das suas operações, e conseguiu crescer 4,7% no mercado, ante crescimentos de 3,4% nos voos para os Estados Unidos e 3,5% nos voos domésticos da Espanha. Mundialmente, o crescimento foi de 8%. Nos planos da companhia, além de apostar no Brasil, estão a renovação da frota, com a compra de oito aeronaves Airbus A330-300 entre 2013 e 2014, outros oito aviões A 330-200 entre 2015 e 2016. E mais oito A350-900 entre 2018 e 2020.
* A repórter viajou a convite do WTTC