O custo médio da energia elétrica para a indústria nacional subiu 0,6% este mês, após os aumentos autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para as distribuidoras Energisa Mato Grosso (EMT, antiga Cemat), Energisa Mato Grosso do Sul (EMS, antiga Enersul), Cemig, CPFL Paulista. A expansão considera também os ajustes dos percentuais já concedidos pela Aneel a outras distribuidoras em 2015. O dado consta de uma pesquisa divulgada hoje (13) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
Com isso, de acordo com a Firjan, o custo médio da energia pago pelas indústrias brasileiras alcançou R$ 537,40 por megawatt-hora (MWh), o que mantém o Brasil na liderança entre os 28 países de custo mais caro analisados pela entidade. O aumento apurado pela Firjan no acumulado do ano atinge 49%.
A tarifa é 338% superior ao custo médio praticado nos Estados Unidos (R$ 122,7) e está 108,7% acima do custo médio dos demais 27 países do ranking (R$ 257,5), segundo a pesquisa. No mês passado, o Brasil passou a liderar a relação de países de custo mais caro da energia elétrica para a indústria, superando a Índia (R$ 504,1 por MWh em abril) e a Itália (R$ 493,6) por MWh), que ocupavam até então as primeiras posições. O custo mais baixo é encontrado na Argentina (R$ 51 por MWh).
A chefe da Divisão de Competitividade Industrial e Investimentos do Sistema Firjan, Julia Nicolau, disse à Agência Brasil que, com esse aumento, o país está perdendo competitividade. ;A preocupação é com relação à tendência disso daqui para a frente. A gente não vislumbra tendência de queda, pelo menos no curto prazo, ainda mais no atual contexto econômico complicado e considerando a importância da energia elétrica para as indústrias;.
Há, segundo Julia, uma pressão de custos crescente para a atividade industrial. ;A energia elétrica é fundamental e ela afeta as decisões de investimento. O custo da energia elétrica está dobrando de um mês para o outro e isso significa perda de competitividade;.
Ela destacou que as indústrias estão buscando soluções em termos de eficiência energética, mas, ainda assim, a preocupação é com o futuro imediato, com o valor da tarifa. ;Que patamar de preço ainda teremos pela frente;. Júlia lembrou que, além do custo da energia, há outras pressões sobre a empresa brasileira ligadas, como as questões tributária e trabalhista. ;O custo no Brasil vem em uma escala crescente e quando a gente compara com o mundo, ele está ainda mais alto;, disse.
No ranking estadual, o Rio de Janeiro tem o custo médio da energia para a indústria mais elevado (R$ 653,27 por MWh). Seguem-se Espírito Santo, com R$ 639,28 por MWh, e Mato Grosso (R$630,52 por MWh). Em contrapartida, os custos mais baixos são observados no Amapá (R$ 288,29) e Roraima (R$ 287,73).