Jornal Correio Braziliense

Economia

Presidente do Banco Central sinaliza que programa de swaps deve continuar

O programa, defendeu o presidente da autoridade monetária, tem atingido plenamente seu objetivo

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sinalizou na manhã desta terça-feira (24/3) que o programa de swaps cambiais ; espécie de venda de dólares no mercado futuro ; deve continuar. O prazo vence, em tese, no próximo dia 31.



O programa, defendeu o presidente da autoridade monetária, tem atingido plenamente seu objetivo. ;A situação atual não enseja qualquer necessidade de mudança. Temos condições de renovar o programa no curto e no médio prazo;, afirmou durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal.

Segundo Tombini, o programa de swaps tem fornecido proteção aos agentes econômicos contra mudanças abruptas na taxa de câmbio. Este ano, o dólar já se valorizou quase 17% frente ao real. ;O programa exerce importante papel no âmbito da estabilidade financeira;, disse.

Em audiência no Senado, Alexandre Tombini disse também que, a partir de abril, a inflação será inferior às taxas mensais que vêm sendo verificadas no primeiro trimestre. Em janeiro, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi 1,24%, e em fevereiro, 1,22%. Ele reiterou que a política monetária ;está e continuará vigilante; e que é ;factível; o objetivo de convergência da taxa para o centro da meta da equipe econômica, de 4,5%, a partir de 2016.

Tombini também repetiu que a inflação sofre pressão do ajuste dos preços internacionais, impactados pelo fortalecimento do dólar, e dos preços administrados, como os de energia e gasolina. O presidente do BC voltou a destacar que 2015 será um ano de ;transição;. Com relação à atividade econômica, ele espera expansão do setor agropecuário, crescimento modesto do setor de serviços e retração da indústria. Na avaliação do presidente da autoridade monetária, a demanda das famílias e o crédito crescerão de forma ;moderada;.

Segundo Tombini, em função do dólar mais forte, o setor externo contribuirá para a economia este ano. ;Espera-se uma contribuição positiva do setor externo, com expansão do volume exportado e alguma contração das importações;, disse. De acordo com ele, a balança comercial, que encerrou 2014 deficitária, deve voltar a apresentar superávit.

O presidente do Banco Central também fez uma avaliação do cenário econômico internacional e seus impactos para o Brasil. Na visão dele, a economia global continua em recuperação gradual. O presidente do BC ressaltou que a recuperação dos Estados Unidos contribui para o fortalecimento do dólar. Outros países, como os da zona do euro, se recuperam de forma ;desigual;. Ele disse ainda que a queda de preços das commodities (produtos básicos com cotação internacional) impacta as economias emergentes. Alexandre Tombini deu as declarações em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, onde responde a perguntas de parlamentares.