O ministro do Planejamento Nelson Barbosa recebe, nesta sexta-feira (20/3), representantes dos servidores públicos federais para discutir a campanha salarial de 2015 da categoria. Estão presentes na reunião, que começou por volta das 10h, 49 representações, entre federações, confederações, centrais sindicais e sindicatos. Os servidores reivindicam um reajuste linear de 27,3% para todas as carreiras.
Conforme o Correio já adiantou, se o Executivo conceder esse reajuste o impacto na folha de pagamento de 2016 será de quase R$ 70 bilhões. Esse valor é muito superior ao reajuste fiscal que o governo pretende fazer, que é de R$ 55,3 bilhões. Como a atual postura fiscal do país está sendo elogiada pelo mercado financeiro, os analistas já apontaram que esse a reivindicação dos servidores é irreal. O governo tem, no máximo, um espaço orçamentário de 7,9%, que corresponde à inflação projetada para o ano de 2015.
Logo no início da reunião, já houve uma certa divisão entre os representantes do funcionalismo público federal. Representantes da Associação dos Técnicos de Nível Superior das Universidades Públicas Federais (Atens) reclamaram que não foram convidados para o encontro com o ministro. Disseram que o convite foi feito ao Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), "que não representa os técnicos de nível médio das universidades públicas federais".
Segundo Suely Avelino, assessora técnica da coordenação geral de negociação e relações sindicais, ligada à Secretaria de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, estão participando do encontro apenas as entidades que assinaram acordo no passado, no período da greve geral de 2012. "Isso não significa que no futuro outras entidades não venham a ser convidadas, mas no momento, o Ministério do Planejamento reconhece apenas aquelas com as quais já entrou em contato", afirmou.
De acordo com Rodolpho Salomão, presidente da Associação Nacional dos Analistas e Especialistas em Infraestrutura (Aneinfra), 21 das representações vão falar na reunião. "Ao contrário do que os sindicalistas esperavam, o ministro disse que vai haver mesa de negociação em maio, junho e julho, e também admitiu que vai ouvir as reivindicações atuais da categoria".
Pedro Armengo, da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (CONDSEF), que representa 80% dos servidores do Executivo, afirmou que os sindicalistas tentam reduzir o prazo inicialmente estabelecido para a mesa de negociação, porque o fim dos debates ficaria muito próximo da entrega da Lei Orçamentária Anual (LOA), que deve ser entregue anualmente ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto. "Caso as negociações não avancem, isso poderia prejudicar os servidores", disse.