Sem condições de absorver o aumento dos custos, por conta da alta do dólar e das tarifas de energia, a indústria de massas, biscoitos, pães e bolos vai reajustar os produtos em 8%, em média, para o varejo. A medida deve ter um efeito cascata que vai alcançar o bolso dos consumidores. Isso porque, também pressionado por despesas cada vez mais elevadas, o comércio deve repassar o aumento dos derivados de trigo para os preços das mercadorias nas prateleiras de supermercados e padarias.
;Nas massas, 70% do custo é de farinha. Nos biscoitos, o peso é de 40%, e nos pães e bolos, de 30%. Qualquer variação do preço do trigo tem impacto no setor;, destacou Zanão. Além da alta do dólar, a indústria alimentícia se ressente dos reajustes de energia elétrica e do efeito da alta do diesel no custo dos fretes para transporte das mercadorias. ;Este ano, tudo está aumentando muito, até as embalagens estão mais caras;, disse o presidente da Abimapi.
O aumento dos derivados de trigo vai se somar a tantos outros que desagradam aos consumidores. ;Subiu o preço de tudo;, lamentou a estudante Maria Laura Gonçalves, de 22 anos. Em casa, ela acredita que os maiores gastos são com a conta de luz e com a alimentação, e vem cortando alguns produtos. ;O ovo de Páscoa vai ficar para o ano que vem;, disse. ;Está tudo muito mais caro que no ano passado. Tem coisa que nem compensa mais comprar;, disse a tecnóloga de alimentos Cecília Fernandes, 24 anos. Para driblar os preços altos, além de gastar menos com supérfluos, ela evita usar o carro.
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