A promessa de ajuste fiscal do governo parece ficar cada dia mais distante. Para o cumprimento da meta de superavit primário (economia para pagar os juros da dívida) de R$ 55,3 bilhões, ou 1% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, vai ter que superar entraves dentro de casa. Depois da ameaça dos auditores fiscais de fazer operação meta zero (investigam, mas não lançam no sistema), caso não tenham o reajuste pleiteado, chegou a vez de os procuradores da Fazenda Nacional (PFNs) pressionarem por aumento e melhores condições de trabalho.
A categoria iniciou a campanha salarial de 2015 e aceita, inicialmente, a reposição inflacionária linear de 27,3%, pauta do conjunto dos servidores, mas reivindica equiparação salarial com magistrados, procuradores da União e defensores ; a defasagem entre as carreiras está em torno de 50% ;, que pode ser escalonada em dois ou três anos.
Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz), Heráclio Camargo, existe uma proposta de entrega de cargos em comissão, a recusa de aceitar chefias e de viajar a serviço, que deve ser votada em assembleia, dia 28. Caso essa proposta seja aprovada pela maioria dos 2.088 PFNs na ativa ; dos quais 150 em cargos de confiança ;, o andamento de processos de cobrança de Imposto de Renda e outros tributos contra sonegadores pode parar em todas as superintendências regionais da Receita Federal.
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